27/04/2011 _ IETB – 20h00min – 4ª feira
SENSIBILIZAÇÃO – I – A SOCIEDADE EM QUE
JESUS VIVEU
Era uma sociedade substancialmente agrícola. Não era uma
sociedade industrial como a nossa.
A propriedade da
terra na Palestina, Judéia, Samaria, Galileia, estava concentrada nas mãos de
pouca gente.
Diante desta
situação Cristo tem uma atitude bastante critica, quando o Evangelho fala de
riqueza; em geral entendemos riqueza por dinheiro, por moeda. Enquanto a
riqueza principal daquela época era a
propriedade da terra.
A proposta
positiva do Cristo é a partilha.
Cristo é contra a concentração da terra nas mãos de poucos.
Todos os
discípulos de Jesus têm de partilhar os bens, têm de entrar numa economia de
partilha, de socialização, para poder seguir Cristo. Ou seja, é impossível ser
rico e ser seguidos de Cristo. Na perspectiva de Jesus isto aparece muito
claro.
·
Artesanato trabalho manual
em cima de qualquer matéria, com instrumentos muito rudimentares, primitivos,
mais desenvolvido nos grandes centros, como em Jerusalém, onde havia uma camada
de artesões mais qualificada.
Jesus era artesão. Ele era um carpinteiro do
interior, sem grande qualificação. O pai de Jesus, São José, também era
carpinteiro. A profissão passava de pai para filho. Na verdade, ele era um
artesão pobre.
·
Existia
nas pequenas cidades um comércio local
(feiras), onde se fazia a troca, de produto.
A economia
monetária, a circulação de dinheiro, era muito reduzida.
Mas havia os
grandes mercados, como o de Jerusalém, com o controle de grandes comerciantes. Eram mercados
atacadistas, que faziam importações, como o mercado do templo.
É importante
guardarmos este dado: a economia era
principalmente rural e tem muito pouco a ver com a nossa sociedade moderna,
onde a economia agrícola é na verdade uma economia de exceção, controlada pelo
pólo industrial que leva â frente o progresso de um país moderno.
Hoje a exploração
ocorre no nível de salário. No tempo de Jesus, a exploração ocorria no nível de
impostos, que literalmente esmagavam o povo.
Não é à-toa que os
romanos dominavam a Palestina, que a tinham transformado em colônia. Eles
estavam ali para tirar bens econômicos do povo, através dos impostos. O sistema
de impostos era o canal principal pelo qual o povo era explorado pelos
colonizadores romanos.
Havia dois sistemas
de impostos: _ O romano e o religioso.
O Imposto Romano: Era dividido em três tipos:
a) Debário: Pago por cabeça através de recenseamento
ou censos. O próprio Jesus nasceu numa época de recenseamento e, naquele tempo,
houve um grande levante revolucionário na Galileia. Surgiu o movimento
guerrilheiro denominado “Zelotismo” dos Zelotes, que perceberam que o
recenseamento nada mais era do que a forma de garantir o imposto por cabeça.
b) Produção: Um quarto da produção agrícola (25%) era
entregue nas mãos do colonizador romano.
c) Circulação: Nas grandes cidades, nas encruzilhadas,
nas divisões das províncias, era taxado um tributo de circulação.
O Imposto Religioso: Era imposto
judaico, para o templo, tem também três tipos:
a) DRACMA: Pago por cabeça.
b) PRIMÍCIAS: Todo primeiro fruto da terra ou do
animal era entregue no templo, ao sumo sacerdote. E até mesmo todo filho que
nascesse tinha de ser entregue simbolicamente ao Templo, através de um animal.
Os ricos entregavam camelos ou bodes; os pobres, um par de rolas ou de
pombinhos. Quando Jesus foi apresentado ao Templo, São José levava um par de
rolinhas para ser entregue no lugar da criança.
c) dízimo:
Dez por cento (10%) da produção vai para as mãos do sumo sacerdote, da classe
sacerdotal’ do Templo. E não havia um só dízimo, havia três ou quatro tipos:
Dai percebemos o quanto era profundamente explorado o povo no tempo de Jesus
exploração que se fazia através do sistema tributário.
Política:
Somente entendendo o funcionamento da economia e que
se entende a significação política de uma crítica ao Templo.
No tempo de Jesus,
o Estado é o que chamamos hoje de teocrático _ Estado religioso. A
constituição, as leis são a Bíblia, os cinco primeiros livros chamados
Pentateuco. Ela e a constituição, o código penal, o código civil.
O sumo sacerdote é
o dirigente político da nação dirigente político da nação. Existe ainda o
Sinédrio, que é uma espécie de tribunal, de conselho, formado por 80 homens que
dirigem a nação, tendo à frente o sumo sacerdote.
A Igreja judaica
era a sede do poder político, e o sumo sacerdote, o governante da nação.
Quando Cristo, por
exemplo, cura em dia de sábado e não observa as tradições, ele está tendo um
comportamento subversivo, antipolítico.
Só levando isso em
consideração é que entendemos o quanto Cristo era político, o quanto ele rompia
com a ordem social porque para fazer política bastava praticar religião de
outra maneira. Isso era política de oposição.
Estruturas De Classe:
A sociedade era piramidal, como a nossa, por sinal. A classe alta era composta pelos
funcionários, pelos detentores do Estado: Sumo Sacerdote, Sinédrio e Estado
romano, O rei Herodes, o governador Poncios Pilatos e a Corte, Esse era o
primeiro pólo da classe rica,
O segundo pólo da classe rica era constituído pelos
proprietários de terra, pelos latifundiários, famílias tradicionais, donas de
terras. Por fim, tinham os grandes
comerciantes do mercado importador-exportador, do mercado atacadista, sobretudo
de Jerusalém.
Depois da classe
rica, vinham os “remediados”. Eram
os artesãos qualificados, dos grandes centros urbanos, que não eram tão grandes
assim.
Além dos artesãos,
a classe intermediária era
constituída pelos pequenos agricultores, pequenos comerciantes e profissionais
liberais, que, naquele tempo, eram os escribas e os fariseus. Na verdade, os
escribas não eram ricos. Era uma classe intermediária que estava em ascensão,
com a hegemonia da sociedade. Nessa posição havia a classe do baixo clero, os
sacerdotes do templo e os levitas, que giravam em torno de 17 mil pessoas. Como
os sacerdotes naquele tempo casavam, constituíam famílias, existia cerca de 80
mil pessoas dependentes deles. Por aí se compreende como deveriam ser altos os
impostos, porque estas oitenta mil pessoas eram totalmente sustentadas pelo
fisco.
Por fim, a classe baixa, formada pelo povo. O povo era muito fragmentado,
tanto que o Evangelho diz “multidão”. O que é multidão? É a massa de gente, sem
maior coesão interna, sem espírito de classe.
No meio do povo
existia toda a sorte de trabalhadores. Eram artesãos do interior, diaristas,
arrendatários rurais, escravos, criados, e também existia toda a sorte de
marginalizados: Leprosos (que eram os últimos dos últimos), Doentes, Mendigos,
Órfãos, Viúvas, Estropiados, Loucos, Possessos. Chamavam de possessos as
pessoas que, por causa de suas condições sociais, ficavam loucas. Isso mostra o
nível a que estava reduzido o povo, o grau de deterioração das condições de
vida.
O critério de sangue também prevalecia: uma pessoa de
sangue judeu tinha mais status social do que outras. Um filho de uma pessoa
adúltera ou de um estrangeiro ou de um samaritano já não tinha muita
consideração,
Se a pessoa era
rica, mas pertencente a uma profissão considerada pecaminosa, também era
desprestigiada.
Naquele tempo, um
fiscal, estava economicamente bem posicionado, porque teve de comprar essa
posição já que ela era leiloada e rendia muito. Em geral, os fiscais se
tornavam rapidamente ricos.
Mas o povo considerava
que mexer com dinheiro era uma profissão pecaminosa, por isso os fiscais eram
desprezados e marginalizados Assim entendemos porque Jesus almoçou com eles.
Foi porque eles eram ricos? Não, porque eram marginalizados.
Também os
trabalhadores do campo eram desprestigiados, devido à própria função que
impedia a prática escrupulosa da Lei.
Grupos Políticos:
Existiam três grupos
políticos principais:
1 – Saduceus: Nele se encontrava a classe rica: O alto
clero, os proprietários de terra (anciãos). Era um partido totalmente
“capacho”, pró romano. Era extremamente conservador e reacionário. Este grupo
se concentrava em torno do templo, tinha os papéis principais’ do governo
colegiado do Sinédrio e detinha o poder político.
2 – Fariseus:
Composto por leigos,
da classe média ascendente, porque os fariseus e os escribas controlavam a
interpretação da Bíblia. Como saber é poder, eles estavam subindo na sociedade
e adquirindo bastantes postos no Sinédrio, dentro do governo Judeu. O grupo era
formado pelos intelectuais do templo, pelos advogados, copistas, teólogos.
Tinha uma resistência pacifica. Seus membros pagavam os impostos e se submetiam
para evitar o pior. Procuravam ganhar espaço pouco a pouco, com o tempo.
Seus partidários
se concentravam em torno da Sinagoga, porque aí era o lugar em que se lia a Lei
de Deus, Era a liturgia da palavra. Eles dominavam porque eram os únicos que
sabiam ler e interpretar a Lei Bíblica. Detinham a direção moral, intelectual;
o povo confiava neles. Então, na verdade, detinham o poder na mão. O povo era o
aliado natural dos fariseus,
3 – Zelotas: É um grupo radical, que rompe
definitivamente com os romanos e adota a prática da guerrilha, da violência
armada. Nascido na Galileia, é integrado, sobretudo por camponeses escravizados
por dívidas.
Visa realmente
destruir a estrutura política romana e também o poder judaico “capacho” dos
saduceus. Em certos momentos, fazem alianças com os fariseus.
Para entender como
é que Jesus se posiciona diante dos revolucionários, é necessário lembrar que
esse partido tem um projeto nacionalista na cabeça. Além da independência da
Palestina, ele tem um projeto expansionista, imperialista. Quer colocar o judeu
no centro e sobre todos os outros povos, e criar um império mundial judeu. O
César judeu seria uma espécie de César-Moises, César Bíblico que dominasse o
mundo, já que isso estava nas profecias da Bíblia.
No projeto dos
zelotas havia também a restauração de teocracia, do rei santo, muito parecido
com Davi.
Existiam ainda
outros partidos de significação menor, como os essênios, os heroditas e outros,
e tinha também o povo, o “povilhéu” como era chamado a gente da terra. Era o
povo sem organizações populares de base e que estava mais sob a dominação dos
saduceus e dos fariseus.
Cultura: Características básicas da cultura
na época de Cristo:
1 – Legalismo:
A ideologia
preconizava o culto e a observância rígida da Lei. A Lei era uma espécie de
força que impedia toda a criatividade, toda força, exuberância.
Esse legalismo,
mantido, sobretudo pelos escribas, pelos doutores da Lei, era extremamente
funcional.
Servia para
acobertar as iniquidades do regime e manter o povo dominado. O legalismo não
era um desvio puramente moral ou religioso. Tinha uma função também política.
Por que a Lei era
tão rigidamente aplicada? Para poder manter o povo submetido, O conhecimento
dos doutores da Lei se baseava em uma espécie de conhecimento se ereto,
esotérico, ou seja, somente eles sabiam ler e interpretar a Lei. E isto era
feito com um vocabulário complicado, difícil, de modo que deixavam o povo
confuso e crente de que eles entendiam os mistérios de Deus. Assim o
povo entregava sua liberdade nas mãos dos fariseus, dos doutores da Lei. Só
desse modo compreendemos as violentas investidas de Cristo contra os Escribas e
os Fariseus. No capítulo 23 de Mateus, lemos um dos textos mais violentos de
toda a literatura antiga: “Ai de vós,
Escribas e Fariseus hipócritas, que sequestrastes as chaves da casa da
ciência”. E, falando do saber secreto deles “Vocês não entraram nela e impedem
aos outros que entrem”. As investidas de Cristo são contra esta carapaça
que Escribas e Fariseus mantinham em cima da consciência do povo.
2 – Messianismo: Nessa situação
intolerável de exploração econômica, de dominação política, de marginalização
religiosa, as esperanças em um libertador se aguçavam de maneira extrema.
Esperava-se um Messias para libertar o povo dessa opressão, dessa situação
intolerável. O povo imaginava o Messias do tamanho de seu desejo e de suas
necessidades. Ou seja, o Messias seria
um grande benfeitor que viria trazer pão, saúde, libertação de todas as
opressões.
Mas que Messias?
Aquele que vinha libertar a Palestina da dominação romana para fazer com que
pudessem ler, estudar e praticar a Lei com sossego. É outro tipo de Messias, é
um Messias também de classe.
O povão esperava o
Messias realmente material e a espera era feita de uma maneira urgente,
delirante, de uma hora para outra. Isso porque a situação estava insuportável
que pior não podia estar.
Um historiador
romano, Flávio Josefo, conta que na época em que Jesus viveu surgiram cerca de
trinta messias, dizendo-se reis, libertadores. Todos acabaram mortos,
massacrados pelo poder romano. Quando apareceu João Batista, o povo perguntou
se ele não era Messias. Assim ocorreu com Pedro, Judas Galileu e também com
Paulo. Havia uma expectativa incrível de um salvador, libertador, e se
investiam sobre. as pessoas que apareciam com uma certa perspectiva de
libertação.
Pregação de João Batista
Batismo de Jesus
Jesus vence a tentação
Inicio da ação messiânica
Convocação dos discípulos
Jesus atrai a multidão
Ler As “Bem Aventuranças” de Mateus e Lucas
Jesus aperfeiçoa a Lei
O que se deve
entender por espírito de pobres ou felizes os pobres, pois que deles é o reino dos céus.
Os pobres e a
esperança messiânica
A visão que a
bíblia tem do pobre muda radicalmente no pós exilio. Antes, a partir da
pregação profética, pobreza era uma questão de justiça social e de defesa da
Lei. Com a comunidade religiosa construída na época persa (539-333 a.C.),
centrada na observância das leis canônicas e do culto, a pobreza passa a ser
vista como uma transgressão religiosa. Ser
pobre passa a ser considerado um pecado.
Não que a pobreza
deixe de ser um problema social. A eloquente passagem do Livro de Jó (Jó24,
1-17) mostra que o problema social continua também na pequena comunidade
judaica. Mas agora surge uma nova visão dada pela teologia da retribuição, marco teológico central na comunidade
judaica.
A teologia da
retribuição afirma que Deus retribuirá com bênçãos aos que praticam o culto
puro e perfeito conforme as exigências rituais contidas no Livro Levítico. Tais
bênçãos são a saúde, a descendência, a terra e as riquezas, uma vida longa.
Logo, as pessoas que não podem ostentar essas bênçãos passam as ser
consideradas malditas. Assim, os doentes, os pobres, os migrantes, as estéreis,
os que morrem cedo, os mutilados etc. passam a ser vistos como sinais de
maldição e possuídos pelos espíritos impuros. Se estivessem plenos do Espirito
de Deus não estariam nestas situações de mendicância. Eram pessoas que mereciam
o desprezo por parte das autoridades religiosas da época, as quais os
consideravam genericamente de “impuros” que maculam a pureza da comunidade dos
fieis. Ou seja: além de pobres, “pecadores”. Isso é importante para entender a
pratica de Jesus: quando Jesus acolhe, come e convive com os doentes, ele está
não apenas atendendo os indigentes economicamente.
Ele está também
fazendo uma opção pelos excluídos e marginalizados pelo discurso teológico de
sua época. Para eles Jesus aponta o
Reino messiânico.
A proposta de
Jesus vai para além das categorias de governo e de poder que conhecemos.
No reinado de
Jesus os pobres e marginalizados triunfam sobre os poderes constituídos.
Ele denuncia o
sistema antigo que, em nome de Deus, excluía os pobres, e anuncia um novo
começo que, em nome de Deus, acolhe os excluídos. Tal é o sentido e o motivo da
inserção e da missão da comunidade de Jesus no meio dos pobres. Ela atinge e
combate a raiz da exclusão e inaugura a Nova Aliança.
Jesus anunciava o Reino para todos, não excluía ninguém. Mas ele o
anunciava a partir dos excluídos. Situando-se do lado dos pobres, Jesus
oferecia um lugar aos que não tinham lugar na convivência humana. Acolhia os
que não eram acolhidos. Recebia como irmão e irmã os que a religião e o governo desprezavam e excluíam: os imorais: prostitutas e
pecadores(Mt21,31-32;Mc2,15;Lc7,37-50;Jo8,2-11); os hereges: pagãos e
samaritanos(Lc7,2-10;17,16;Mc7,24-30;Jo4,7-42);os impuros: leprosos e
possessos(Mt8,2-4;Lc11,14-22;17,12-14;Mc1,25-26); os marginalizados: mulheres, crianças e doentes(Mc1,32;Mt8,17;19,13-15;Lc8,2s);
os colaboradores: publicanos e
soldados(Lc18,9-14;19,1-10); os pobres:
o povo da terra e os pobres sem poder(Mt5,3;Lc6,20,24;Mt11,25-26).
A opção de Jesus é clara, seu apelo também: não é possível ser amigo dele e continuar apoiando um sistema que
marginaliza tanta gente. E aos que querem segui-lo ele manda escolher: “ou
Deus, ou o Dinheiro! Servir aos dois não dá!” (Mt6,24). “Vai, vende tudo o que
tens, dá aos pobres. Depois, vem e segue-me”. (Mt19, 21)
Vencer a pobreza é sinal da
presença do Reino de Deus.
Para pode manter-se sempre na missão do lado dos pobres e excluídos e
não se acomodar na mentalidade de “tarefa cumprida”, é necessário um processo
continuo de conversão e de atenção o à realidade do povo, para que a comunidade
cristã possa ser uma amostra do Reino e para que seu estilo de vida seja, de
fato, uma revelação do rosto de Deus, transformado em Boa Nova para o povo de
todas as épocas. Eis alguns aspectos do estilo de vida da comunidade que se
formou ao redor de Jesus e que despois de espalhou pelas periferias urbanas do
Império. São aspectos que caracterizavam a vida solidaria entre os pobres,
verdadeira amostra do Reino, e que marcavam a formação dos discípulos ao longo
dos 3 anos de convivência catequética com Jesus;
1)Todos irmãos – É a
fraternidade ou irmandade de todos ao redor do mesmo Mestre.
2)Igualdade homem e mulher –
Tira o privilégio do homem em relação à mulher. Ele revela seus segredos tanto
aos homens como às mulheres.
3)Partilha dos bens – Na comunidade que se formou ao redor de Jesus, ninguém tinha nada de
próprio. Mas havia uma caixa comum que era partilhada também com os pobres. Ele
dependia da partilha que recebia.
4)Amigos e não servos – A partilha tem como base o econômico, mas deve crescer e atingir a
alma e o coração. A comunhão deve chegar a ponto de não haver segredo entre
eles: “Já não vos chamo servos,...eu vos chamo amigos, porque vos dei a
conhecer tudo o que ouvi de meu Pai”. Jo15,15
5)Poder é serviço – É o ponto em que Jesus mais insiste. “Pois o Filho do Homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos”.(Mt20,28)
6)Poder de perdoar e reconciliar – O perdão de Deus passa pela comunidade, que deve ser um lugar de
perdão e de reconciliação, não de condenação mutua.
7)Oração em comum – Rezavam antes das refeições, frequentavam as sinagogas e em grupos
menores Jesus se retirava com eles para rezar.
8)Alegria – Jesus diz aos discípulos: “ficai alegres porque vossos nomes estão
escritos nos céus”, porque seus olhos veem a realização da promessa. É alegria
que convive com dor e perseguição (Mt 5,11). Ninguém consegue roubá-la.(Jo 16,
20-22)
Essas são algumas das características da comunidade que nasceu ao redor
de Jesus como amostra do Reino. Ela se tornou o modelo para a comunidade dos
primeiros cristãos urbanos, descrita nos Atos dos Apóstolos.
Essas comunidades de pobres urbanos, tanto os que vieram do judaísmo
quanto os que vieram do paganismo, serve de modelo para todos nós hoje! As
comunidades cristãs, através de seus gestos solidários e da intensa comunhão
fraterna, apontam para a vitória dos pobres diante dos sistemas opressores.