sábado, 30 de julho de 2011

Sufis, a Espiritualidade através da Arte



Se há uma linha de aprimoramento espiritual afinada à Era de Aquário e aos novos tempos que se apresentam, essa certamente é o sufismo. E ela é assim desde a sua origem milenar. Ninguém sabe ao certo quanto tempo de existência tem o sufismo ou onde ele surgiu, Idries Shah, um dos maiores estudiosos contemporâneos do tema afirma ter sido na Pérsia. O que se sabe ao certo é que o sufismo, desde o seu nascimento, é uma fraternidade marcada pela busca de liberdade interna.

O sufismo simplesmente significa um caso de amor com o divino, envolvendo a paixão, o fervor de um de amante ensandecido e a tranquilidade, solidariedade e maturidade de um amor fraterno. Sim, ser sufi é ser solidário com a força que anima e dá sentido todas as manifestações da natureza, é ser apaixonado pelo mistério que se camufla por trás de cenas aparentemente prosaicas e comuns do cotidiano, é ser devotado à inteligência sutil que orienta de maneira invisível, toda a evolução humana e de todo o universo. É evaporar-se, e desmanchar-se de amor pelo divino. É transbordar em êxtase de afeto incondicional pela vida e por sua realidade última, a sabedoria e beleza ocultas, mas presentes, em suas camadas mais sutis.

E, para vivenciar isso, nada mais apropriado do que a arte. Assim, são inúmeras as lideranças sufis que se destacam como artistas.

Mas o que é o sufismo, uma religião? Uma filosofia? Literatura? Uma maneira de ver a vida? De tudo isso um pouco. O sufismo é um movimento espiritual que se infiltra em todos os caminhos de espiritualidade existentes, em qualquer um, e tenta extrair deles as verdades íntimas e secretas ali presentes. A essência do sufismo é aceitar qualquer experiência e investigar, decifrar e revelar a inteligência camuflada por trás dela. Não importa se essa experiência é criativa ou tradicional, se é um conhecimento ou uma vivência, a inteligência que está por trás de todos os fatos está por trás dela também e, se for revelada, a experiência tomará sentido.

Uma vez que o sufismo busca o ensinamento presente no íntimo de cada experiência ou religião, os sufis não possuem uma bíblia própria, mas se apropriam de livros sagrados de outras religiões e procuram se relacionar com os aprendizados mais essenciais e sutis contidos dentro de cada um deles. Ele estuda os livros sagrados de uma religião e, após decifrar e revelar o conhecimento contido por trás daquelas palavras, re-significa seu conteúdo mais essencial e cria seu próprio caminho a partir delas. Assim, o profeta sufi sente-se à vontade dentro de qualquer outra religião. Mas, subverte-a, de certa maneira.

O símbolo do sufismo é o visgo, uma árvore que não sobe aos céus apenas por força própria, mas que se cola ao tronco de alguma outra árvore, um carvalho, uma amendoeira, um eucalipto ou qualquer outra, para encontrar sustentação e atingir alturas significativas. É o que fazem seus seguidores. Assim há sufis cristãos, hinduístas, muçulmanos, judeus ou vinculados a qualquer outra tradição espalhados mundo afora.

Mas, por que no início do artigo afirmei que os sufis se encaixam como uma luva no perfil da Era de Aquário? Por duas razões, principalmente. Na Era de Aquário, na qual estamos entrando e se estenderá pelos próximos dois milênios, o signo de Libra regerá a nona casa, a da espiritualidade. Libra é um signo ligado ao senso estético e às artes, isso indica que a maneira mais legítima e efetiva de conectar-se às dimensões espirituais nos próximos tempos será a arte. Podemos esperar cada vez mais religiões se formando com essa característica e as antigas se reformando para se adaptar aos novos tempos.

Na Era de Peixes, cujo começo coincidiu com o início do cristianismo e que está dando agora seus últimos suspiros, a nona casa era regida por Escorpião, signo que inspirou o nascimento de seitas fechadas e ordens secretas de todo tipo. Agora, com Libra, um signo de ar se instalando nessa casa, temos a tendência a movimentos espirituais que funcionem cada vez mais baseados no espírito de fraternidade do que em hierarquias rígidas, como tem sido.

Os sufis, desde o seu início, têm usado a arte como maneira de se aproximar do divino. Pela música, dança, poesia e literatura, eles buscam o desenvolvimento de uma sensibilidade cada vez mais sutilizada, até que ela se torne capaz de perceber a origem sutil de todos os acontecimentos. Para um sufi a inspiração é mais importante do que qualquer conhecimento ou regra de auto-aprimoramento espiritual. Respeitar e desenvolver a própria delicadeza de percepção é o caminho indicado por eles para quem quer ouvir os sussurros do divino. Dessa maneira, o sufismo tem uma tradição de respeito à sensibilidade individual, única e intransferível, de cada ser. Uma tradição de aceitação do outro e de respeito aos seus adeptos. Em última análise, pode-se dizer que seja um movimento anárquico do espírito – no melhor sentido da palavra anárquico – onde cada um é responsável por si e pelo sucesso ou fracasso de transformar sua busca em uma experiência espiritual autêntica.

Combinando também com o espírito de liberdade da Era de Aquário, não existe hierarquia obrigatória entre sufis, apenas um sentimento de cumplicidade recíproco e o reconhecimento tácito de que um é mais capaz ou vocacionado que o outro. É um movimento utópico, que propõe uma outra maneira de viver, mais livre, onde não importa tanto o que a pessoa está fazendo, mas a sua capacidade de extrair os conhecimentos particulares de cada experiência.

Dessa maneira, ninguém nomeia um sufi; se você entende o ensinamento secreto e sutil que há dentro da experiência, seja no livro escrito ou no grande livro da natureza, você é um sufi. E para isso, você não precisa se inscrever em nenhuma ordem ou ser aceito por nenhum guru ou grupo, nem cumprir nenhum regulamento em especial, ser sufi é um estado de lucidez do espírito, uma maneira de sentir e se relacionar com a vida.

Sou muito grato à experiência que tive com sufis na Índia e à dignidade humana que experimentei com suas inspiradas meditações. Desde esse tempo, passei a incluir em meus cursos de meditação, técnicas de origem ou de inspiração sufi. Sempre que isso acontecia, suscitava entusiasmos e pedidos de que eu levasse outras. Foi imbuído dessa experiência e da gratidão a meus professores que decidi criar o curso “Meditações Sufis Contemporâneas”, um conjunto de vivências selecionadas com o intuito de proporcionar o gosto utópico que tive com aqueles artistas-gurus, de dias plenos de práticas e vivências reveladoras, tão instigantes quanto saudáveis.

Claro, para proporcionar esse gosto, o melhor caminho é fornecer contato também com a arte desses mestres, e uma possibilidade é conjugar as meditações escolhidas à poesia sufi, capaz de passar de maneira sintética e com uma inteligência sempre surpreendente, a magia da visão sufi. Escolhi para isso as poesias de Kabir, poeta místico indiano pelo qual tive, desde o primeiro contato, uma predileção incontrolável. Kabir tem a capacidade de fazer com que a poesia jorre de dentro dos corações de seus ouvintes, parecendo ser um fenômeno interno escutá-lo. Kabir não escrevia poesias, mas as paria, num processo totalmente orgânico, por isso, talvez, a capacidade de seus poemas de suscitar reações incontroláveis em seus ouvintes até hoje. Kabir é um ponto alto da poesia sufi indiana.

Para o curso, resolvi traduzir pessoalmente seus poemas e associá-los às diferentes técnicas de meditação, esperando com isso, proporcionar uma atmosfera que permita ao participante o contato com um dos maiores tesouros sufis: a percepção de que o caminho da luz pode ser um caminho de prazer e celebração, rico em descobertas surpreendentes e realizadoras. Por que não pegar o caminho mais estimulante rumo à lucidez?


Pedro Tornaghi

O melhor horário para dormir

Das 21 à 23:00 hs - É o horário em que o corpo realiza atividades de eliminação, químicos desnecessários e tóxicos (desintoxicação) mediante o sistema linfático do nosso corpo. Neste horário do dia devemos estar num estado de relaxamento, escutando música, por exemplo.


Das 23 à 01:00 hs - o corpo realiza o processo de desintoxicação da vesícula biliar, e idealmente deve ser processado num estado de sono profundo.
Durante as primeiras horas da manhã 01:00 à 03:00 hs - processo de desintoxicação do fígado, idealmente deve suceder também num estado de sono profundo.

De madrugada 03:00 à 05:00 hs - desintoxicação dos pulmões. É por isso que por vezes neste horário se produzem fortes acessos de tosse. Quando o processo de desintoxicação atinge o trato respiratório é melhor não tomar medicamentos para a tosse já que interferem no processo de eliminação de toxinas.

Manhã 05:00 à 07:00 hs - desintoxicação do cólon. É o horário de ir ao toalete para esvaziar o intestino.

Manhã de 07:00 à 09:00 hs - absorção de nutrientes no intestino delgado. É o horário perfeito para tomar o café da manhã. Se estiver doente, o café da manhã deve ser tomado mais cedo: antes das 06:30 hs.

O café da manhã antes das 7:30 é benéfico para aqueles que querem manter-se em forma.

Os que não têm por hábito tomar o café da manhã, devem tentar mudar o hábito, sendo menos prejudicial realizá-lo entre as 9:00 e as 10:00 hs em vez de ficar a manhã completa sem comer.

Dormir tarde e despertar tarde, interromperá o processo de desintoxicação de químicos desnecessários ao teu organismo.

Além disso, deves ter em conta que das 00:00 às 4:00 hs é o horário em que a medula óssea está produzindo sangue.

Então, procure dormir bem e não se deitar tarde.

terça-feira, 26 de julho de 2011

MEU CORPO INSINUA


Meu corpo muitas vezes fala comigo. Não com a mente, nem com palavras, mas através de símbolos, códigos, sentimentos e pressentimentos.
Quando não forço uma definição mental, as respostas as minhas indagações me enviam mensagens que vem direto de minha alma.
O tempo todo nosso corpo se comunica com a gente. Mas será, que estamos processando estas informações? Estamos atentos a estas "mensagens sutis”?
Agimos o tempo todo.... Incansavelmente agimos!!!
Pena, que a maioria de nós nunca consegue dispor de tempo necessário para saber: COMO SABEMOS?
Duas modalidades de linguagem nosso corpo nos envia: SIM ou NÃO!
Se pergunto à alguém como sabem se algo é verdadeiro, e como experienciam essa sensação no corpo, muitas me dizem que sentem uma "onda de calor" que se espalha pelo peito. Outras, sentem o sangue correr para o pescoço e imediatamente corar. No entanto, a verdade é reconhecida como uma energia que se expande, acompanhado de uma sensação de extremo conforto.
Mas, o que acontece quando algo não é verdade?
Podemos dizer que sinais de "ansiedade", são até mais conscientes ou reconhecíveis do que os sinais de verdade.
Quando algo não é apropriado, sentimos uma contração da energia, muitas vezes na boca do estômago. Nosso corpo reage friamente, ou tenta retirar-se, recuar! Enquanto os sinais de verdade pode nos fazer corar, os de ansiedade nos empalidece, pois o sangue nos foge do rosto.
Pode-se somar a estas sensações um "sentir-se" triste, deprimido....
Outros sinais muito comum de "desconforto", pode ser o de náuseas, rigidez no pescoço, dor de cabeça, ou até arrepios na parte superior do pescoço que percorre por todos os fios de cabelo.
Porque é tão importante reconhecermos estes sinais??
Quando aprendemos a identificar estes sinais, abrimos canais para a mais profunda sabedoria interior. Através deste reconhecimento, ganhamos tempo, não desperdiçamos energia e reconhecemos as respostas que nos são enviadas de uma maneira completamente clara, confiável, transparente!

FAÇA UM TESTE:
Quando precisar de "orientação", relaxe. Faça a pergunta "chave" ao seu corpo. As respostas poderão começar a se manifestar através de sentimentos, imagens, sensações.
Vá fundo! Se ligue nas sensações sutis, imagens fugidias e por favor não tente entender com a lógica, com a razão. Esta é uma forma de comunicação não verbal,   e deixamos de entender as mensagens enviadas, quando estamos mentalmente preocupados.
LEMBRE-SE: Quando estiver em busca da verdade, confie na sensação profunda de conforto que o seu corpo lhe enviar! 

Silvana Giudice

Receita de Dona Cacilda



Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo dia às 08 da manhã ela já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.
E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela  ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu  quarto estava pronto. Enquanto ela manobrava o andador em direção ao  elevador, dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.
Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de  ganhar um filhote de cachorrinho.
- Ah, eu adoro essas cortinas...
 - Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera um pouco...
 - Isto não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... Vai depender de como eu preparo minha expectativa.
E eu já decidi que vou adorar. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem...
Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
- Simples assim?
 - Nem tanto; isto é para quem tem autocontrole e exigiu de mim um certo 'treino' pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em conseqüência, os sentimentos.
Calmamente ela continuou:
 - Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou. Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E, aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de lembranças. Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é quem a simplifica.

Depois me pediu para anotar: 
COMO MANTER-SE JOVEM

1)Deixe for a OS números que não são essenciais. Isto inclui a idade, o peso e a altura. Deixe que OS médicos se preocupem com isso;

2)Mantenha só OS amigos divertidos. Os depressivos puxam para baixo. (Lembre-se disto se for um desses depressivos!);

3)Aprenda sempre: Aprenda mais sobre computadores, artes, jardinagem, o que quer que seja. Não deixe que o cérebro se torne preguiçoso. 'Uma mente preguiçosa é oficina do Alemão. ' E o Nome do Alemão é Alzheimer! ;

4)Aprecie mais as pequenas coisa; 

5)Ria muitas vezes, durante muito tempo e alto. Ria até lhe faltar o AR. E se tiver um amigo que o faça rir, passe muito e muito tempo com ele / ela!;

6)Quando as lágrimas aparecerem  Aguente, sofra e ultrapasse. A única pessoa que FICA conosco toda a nossa vida somos nós próprios. VIVA enquanto estiver vivo;

7)Rodeie-se das coisas que AMA: Quer seja a família, animais, plantas, hobbies, o que quer que seja. O seu lar é o seu refugio;

8)Tome cuidado com a sua saúde: Se é boa, mantenha-a. Se é instável, melhore-a. Se não consegue melhorá-la, procure ajuda;

9)Não faça viagens de culpa. Faça uma viagem ao centro comercial, até a um país diferente, mas NÃO para onde  haja culpa;

10)Diga às pessoas que AMA que as AMA a cada oportunidade.












sexta-feira, 22 de julho de 2011

A Poesia de Rumi e o Universo Sufi

Pouco conhecido no Brasil, o sufismo é uma fraternidade espiritual nascida na antiga Pérsia e marcada pela busca de liberdade interna. Seus adeptos são, muitas das vezes, artistas, poetas, músicos, dançarinos, atores, que se utilizam da arte como meio de afinar sua espiritualidade. Dessa maneira, eles se destacam por criar meditações criativas e inspiradas, alegres e despojadas.
O sufismo é um movimento espiritual que se infiltra em todas as demais escolas espirituais e religiões e tenta extrair de cada uma delas suas verdades mais íntimas e secretas. Sua essência é aceitar qualquer experiência e decifrar a inteligência camuflada por trás dela. Dessa maneira, um sufi nunca evita uma experiência, mas busca usá-la, seja qual for, como caminho para a vivência da espiritualidade.
O caminho dos sufis rumo à realização espiritual passa sempre pelo coração. Ser um sufi significa viver um caso de amor com a espiritualidade, envolvendo a paixão fervorosa de um amante e a maturidade tranquila de um amor fraterno.
Pode-se mesmo dizer que os dois referenciais máximos do sufismo são a liberdade e o amor. Rumi, poeta sufi do século XII resume este espírito em seus versos: “Ó amantes, abandonai as tolas ilusões. / Enlouquecei, perdei de vez a cabeça. / Erguei-vos do fogo ardente da vida / - tornai-vos pássaros, sede pássaros” O arrebatamento que Rumi evoca é a matriz do comportamento sufi, a entrega sem limites, sem medir as consequências e principalmente, sem medir o quanto se dá e o quanto se espera de volta, a entrega total como se não houvesse outra coisa a ser feita. A entrega que só conhecem aqueles que estão embriagados pela paixão.
Rumi pede em seus versos uma atualização constante do sentir, “Limpa teu coração dos velhos rancores, / lava-o sete vezes / e serve o vinho do amor / torna-te o amor.” Esse é o cerne do sufismo, amar infinitamente o finito, de forma que o contato com o infinito não esteja fora, mas dentro de si. Amar tão infinitamente, que não é preciso alcançar algo fora de si que contenha, como “prêmio”, a espiritualidade, mas que essa própria intensidade e pureza de amor, possa traduzir o néctar da espiritualidade.
Dessa maneira, para o sufi, mais importante que “o que” fazer, é “como” fazê-lo, com que sinceridade interna, com que inteireza, com que intensidade de doação de si. Assim, segue Rumi no poema: “Enche tua alma de todo o amor, / transforma-o na alma suprema. / Senta à mesa dos santos, / embriaga-te, sê o vinho.” Sim, “sê o vinho”, quem é capaz de reconhecer o próprio nectar e embriagar-se dele? Todos o são, potencialmente, mas na prática, quantos o fazem? “Dentro do coração empedernido do homem / arde o fogo que derrete o véu de cima abaixo. / Desfeito o véu, / o coração descobre as histórias de Hidr / e todo o saber que vem de nós.” Sim, o mestre sufi aponta o tempo todo para isso: o grande saber não está em nenhum livro, mas no centro do peito da pessoa; Rumi, um dos maiores intelectuais e eruditos de sua geração, achava a erudição um perigo, que poderia afastar a pessoa de sua fonte mais pura de sabedoria, o coração. Por isso, não se contentou em criar algumas das mais belas e populares poesias persas de todos os tempos, mas criou também a mais famosa meditação sufi, o sama, o giro dos Dervishes.
Para conhecer a riqueza do universo sufi, é necessária a prática, mais que qualquer conhecimento escrito. Como diz Rumi, “A palavra surge da alma, / mas diante dela se apequena / ...ter sabedoria e vertê-la em palavras / é a honra maior a nós concedida, / mas, diante do sol da verdade, / fala e saber mínguam e desaparecem”. Esse foi o recado de Rumi e tem sido o de todo o movimento sufi: se você quer conhecer a verdade interior, leia o quanto quiser, ou simplesmente não leia, mas, “pratique”, se você quer falar sobre espiritualidade, conheça-a primeiro, de verdade. O meio para isso pode ser praticar as meditações sufis. 
Pedro Tornaghi


terça-feira, 19 de julho de 2011

Opera Nabucco

Nome em português (personagem-título)- Nabucco
Idioma original Italiano
Compositor Giuseppe Verdi
Libretista Temistocle Solera
Tipo do enredo Épico
Número de atos 4
Número de cenas 7
Ano de estreia 1842
Local de estreia Teatro alla Scala, Milão.

Nabucco é uma ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera, escrita em 1842. A ação da ópera conta a história do rei Nabucodonosor da Babilônia. Foi escrita durante a época da ocupação austríaca no norte da Itália e, por meio da várias analogias, suscitou o sentimento nacionalista italiano. O Coro dos Escravos Hebreus, no terceiro ato da ópera (Va, pensiero, sull'ali dorate, "Vai, pensamento, sobre asas douradas") tornou-se uma música-símbolo do nacionalismo italiano da época.

Personagens
Nabucco (rei da Babilônia que é subjugado pelo genocídio do povo hebreu de Jerusalém). Barítono
Ismael (o sobrinho de Zedekia, rei de Jerusalém, que está apaixonado por Fenena) Tenor.
Zacharia (o sumo sacerdote dos hebreus que dá esperança para seu povo quando são perseguidos por Nabucco e os babilônios). Baixo
Abigail (suposta filha de Nabuco, que, quando o seu amor não é correspondido por Ismael, promete se apoderar do trono para ofender Fenena.). Soprano.
Fenena (verdadeira filha de Nabuco que está apaixonada por Ismael e é forçada a escolher entre o seu amor e a regência quando da ausência de seu pai). Mezzosoprano
Abdallo (um velho oficial do Rei que tenta restituir o trono a Nabucco). Tenor
Anna (irmã de Zacharia). Soprano

Ato I: "Jerusalém"
Os judeus oram diante templo de Salomão. O sumo-sacerdote Zacarias entra com Ana, sua irmã, e Fenena, filha de Nabucco, tida como refém pelos judeus. Zacarias avisa ao povo que Javé não vai abandonar o povo judeu. Ismael, chefe militar e sobrinho do rei de Jerusalém, entra com seus soldados e avisa de que Nabucco destrói tudo.
Zacarias espera que haja um milagre e entrega Fenena a Ismael para que ela tenha sua segurança garantida. Ambos são amantes, e se conheceram na Babilônia. Abigail, a outra filha de Nabucco que também é apaixonada por Ismael - entra conduzindo um exército de assírios para ocupar o templo. Os assírios estão vestidos como judeus. Abigail chantageia Ismael, dizendo que ela salvará seu povo caso ele lhe retribua o amor, mas Ismael não aceita.
Reaparecem os judeus, assustados com a reaproximação de Nabucco, que é enfrentado por Zacarias, que o denuncia por blasfêmia e ameaça executar Fenena. Esta é entregue a Nabucco por Ismael, que é reprimido pelos judeus. Nabucco manda incendiar o templo.

Ato II: "O Blasfemo"
Palácio de Nabucco, na Babilônia. Abigail acha um pergaminho no qual é dito que ela é filha de escravos, e não de Nabucco. Jura vingança a ele e a Fenena, enquanto lembra de Ismael e acha que ele poderia ter salvado sua vida. Entra o Sumo Sacerdote e avisa que Fenena mandou libertar os prisioneiros judeus, e que, devido à traição, Abigail será nomeada herdeira do trono, em vez de Fenena.
Em outro local, Zacarias ora e tenta convencer os assírios a esquecerem seus ídolos. Fenena entra nos aposentos de Zacarias, e este tenta convertê-la. Os levitas entram e encontram Ismael, que fora banido. Zacarias perdoa Ismael, por este ter salvado um judeu - Fenena, agora convertida. Abdalo, conselheiro do palácio, entra e avisa Fenena sobre os boatos sobre a morte de Nabucco, e que sua vida está em risco.
Entra o Sumo Sacerdote e proclama a regência de Abigail. É anunciada a sentença de morte aos judeus. Fenena se recusa a entregar o cetro a Abigail. Inesperadamente, entra Nabucco, toma a coroa e a coloca em suas cabeças. Nabucco diz que derrotou Baal e Javé, e por isso mesmo não é rei. É Deus. Nesse instante, cai um raio na cabeça de Nabucco, que fica louco. Abigail recupera a coroa.

Ato III: "A Profecia"
Jardins Suspensos da Babilônia. Abigail é proclamada regente e é instigada a condenar à morte os judeus, mas, antes disso, Nabucco entra atordoado. Abigail explica que está na função de regente porque o rei está impedido de reinar, e lhe entrega a ordem de execução aos judeus, esperando que ele decrete a morte de Fenena - agora, convertida ao judaísmo. Nabucco assina, mas pergunta sobre o que vai acontecer a Fenena, e Abigail avisa que ela também vai morrer, junto com os outros judeus. Nabucco tenta mostrar o documento a Abigail dizendo que ela é uma impostora, mas ela já o tem em mãos e o rasga em pedaços. Nabucco chama os guardas, mas não é atendido. Sem saída, roga clemência a Abigail, que permanece irredutível.
Enquanto isso, os judeus permanecem descansando do trabalho escravo, diante das margens do Eufrates, e relembram sua pátria perdida. Zacarias anuncia que eles estarão livres do cativeiro em breve, e Javé os ajudará a derrotar a Babilônia.

Ato IV: "O ídolo destruído"
Nabucco está em seus aposentos e ouve o grito por Fenena. Ao olhar para a janela, vê que Fenena está sendo executada. Ao tentar abrir a porta, dá-se conta de que é prisioneiro. Neste momento, Nabucco implora perdão a Javé, rogando-lhe conversão, juntamente como a seu povo. Ao recuperar a razão, entra Abdalo se certifica de que Nabucco é novamente ele próprio, e já está com todas as suas faculdades recuperadas. E tenta buscar o trono.
Os carrascos preparam a execução de Zacarias e de seu povo. Fenena é aclamada como mártir, e em sua última prece, roga a Javé que a receba no céu. Nabucco acaba com a escravidão dos judeus e anuncia que ele próprio é um deles. A estátua de Baal e destruída e Abigail se suicida, implorando a Ismael que se una novamente a Fenena. O povo reconhece o milagre, e direciona louvores a Javé.