20/01/2010
_ Rita de Cássia _ 10h30min _ livro O homem de bem
SENSIBILIZAÇÃO:
O sábio e a ilusão _ uma história da tradição do Vedanta
Era
uma vez, um grande sábio cujo nome era Nárada. Seu conhecimento da Unidade da
vida era perfeito. Ele conseguia agir sempre de maneira serena e amorosa.
Fazia
tudo como um presente para Deus. E, quando chegavam à sua vida os resultados de
suas ações, ele os recebia com satisfação e agradecimento. Mesmo quando
diferiam de sua expectativa ou contradiziam o seu desejo, ele se comprazia com
os resultados, sabendo que eles obedeciam às Amorosas Leis Cósmicas. De fato,
ele considerava tudo que lhe acontecia como um amoroso presente dado pela Fonte
de todo amor.
Ele
ouvia às pessoas falar da dificuldade de escolher a verdade e de confiar no
amor, mas não conseguia imaginar tal situação, tão natural era para ele agir
com sabedoria. Uma vez chegou na sua aldeia um respeitado yogui. Todos se
reuniram para escutá-lo falar sobre a vida. E a curiosidade de Nárada foi de
novo despertada quando ouviu o yogui discursar sobre Maya, a Ilusão ou erro de
compreensão que faz com que seres cuja natureza é paz e plenitude possam se
sentir ansiosos e carentes, que faz com que seres perfeitos e divinos se
considerem limitados e insignificantes. Nárada, não chegava a entender. Para
ele tudo era uma dança cósmica de luz e harmonia, não conseguia ficar cego à
Presença Divina e muito menos encontrar qualquer sinal da famosa Maya ou Ilusão
que enfeitiça os homens.
Nessa
noite, como de costume, Nárada sentou-se em meditação para deliciar-se com a
contemplação do Amado Divino. E, como sempre, o Senhor do Cosmos sentou-se à
sua frente para deleitar-se com o néctar de devoção oferecido pelo seu devoto.
Depois de alguns momentos em amorosa comunhão, Nárada disse: Amado Senhor, ouvi
falar muito da força de Tua Maya, e senti o desejo de conhecer o Jogo da
Ilusão. E acrescentou com total confiança na bondade divina: Me concedes isso?.
E Deus assentiu sorrindo: Claro, por que não?
Passaram-se
algumas horas em vibrante e luminoso silêncio findas as quais Deus, com seu
poder onipotente, materializou um cântaro e pediu a seu devoto: -Estou com
sede, poderias trazer-me um pouco de água do rio?. Nárada levantou-se
graciosamente e feliz de poder servir o seu Amado, percorreu a curta distância
que o separava do rio. Chegando na margem, inclinou-se para encher o cântaro.
Ouviu então alguns passos e virando-se para um lado pode contemplar a forma
mais maravilhosa que jamais tivera visto. Trêmulo de emoção deixou o cântaro no
chão e aproximou-se daquela figura feminina de contornos inebriantes. Que
rosto! Que olhos! - murmurava fascinado. Percebeu então que o sol despontava no
horizonte e o céu explodia em tons dourados e azuis, e pensou Isto só pode
significar o amanhecer de minha própria vida!. E, em poucos instantes,
aproximando-se da jovem, sua voz apaixonada descreveu poeticamente a
intensidade e profundidade de seus sentimentos, e a necessidade absoluta de
desposar a bela mulher. Os poucos segundos que se sucederam até a jovem dar a
sua resposta, pareceram intermináveis séculos para Nárada. Mas a angústia de
seu peito foi colmada de alegria quando ouviu da moça o mesmo desejo de
compartilhar as suas vidas.
Os
anos se passaram. Depois de muito esforço, conseguiram construir uma pequena
casa na margem do rio. Algum tempo depois, felizes, comemoraram a primeira
gravidez. O primogênito trouxe-lhes grande alegria, assim como o segundo e o
terceiro filho. Narada os educava com paciência, e observava com orgulho como
eles iam se desenvolvendo. Sua esposa continuava bela, mesmo depois da
juventude ter ficado para trás. E, apesar das divergências e freqüentes
discussões, o amor entre eles continuava firme e inspirador.
Um
dia, quando as crianças já tinham chegado à adolescência, o céu ficou escuro
muito antes do entardecer. Uma grande tormenta se aproximava. Os três garotos
brincavam no rio, numa balsa em cuja construção trabalharam por mais de uma
semana. A mãe aproximou-se do rio e pediu para eles saírem. Mas eles, muito
confiantes, disseram que estavam prontos para enfrentar qualquer tempestade. A
mãe, aflita, correu até onde o seu marido trabalhava a terra e o trouxe consigo
até a margem do rio. O pai ordenou as crianças que voltassem, mas já era tarde
demais. A tormenta desatava seu furor levantando incontroláveis ondas que
sacudiam mortalmente a frágil balsa, a essa altura totalmente fora de controle.
Os pais desesperados lançaram-se ao resgate num pequeno barco que possuíam.
Lutaram bravamente, mas em vão. O rio engoliu a jangada e as crianças diante do
olhar impotente de Nárada e sua esposa. O casal gritava em tremenda aflição e o
clamor do seu pranto podia ouvir-se por sobre a voz ensurdecedora da
tempestade.
Mas,
quando a desgraça parecia ter alcançado o seu fim, eis que uma imensa onda
varre a superfície do barco arrastando consigo a mulher de Narada. Ele se joga
ao rio tentando tirar dele seu último tesouro. Mas seu esforço sobre-humano é
em vão.
Com
o coração partido, consegue manter-se flutuando enquanto a tormenta vai
amainando. Finalmente, chega à margem do rio. Com a alma rasgada e o rosto
encharcado em lágrimas, Nárada levanta os braços ao céu e, no limite do seu
desespero, clama por Deus. Misturando raiva e desolação grita pedindo forças e
compaixão. Abrindo caminho entre as ondas emocionais de sua tempestade
interior, sua alma agita os céus exigindo compreensão do sentido disso tudo, do
sentido da vida. Com o corpo agitado por seu choro, curvado pela a dor em seu
peito, Narada não percebe que alguém se aproxima. Mas pode sentir que uma mão
toca gentilmente em seu ombro, e pode ouvir quando uma voz serena o chama pelo
nome. Levantando o rosto e enxugando as lágrimas vê alguém que conhece, mais
não se lembra de onde. E esse Alguém lhe diz com um sorriso maroto: Nárada, que
fazes? Por que gritas? Estou com sede, cadê a minha água?
Só há “Desilusão”, porque nos “Iludimos” _
Mara Regina Garcia Gengo
“A verdade é o chão e a ilusão é o topo da
escada. Para ser forte e lidar bem com a vida, é preciso tirar a escada e se manter
firme no chão da verdade...”
Ouvimos
muitas vezes a frase “a realidade é dura”, mas será que é dura mesmo ou
simplesmente é diferente do que imaginamos, ou diferente de como gostaríamos
que fosse?
A
realidade é o que é, e lidar com isso requer certo amadurecimento de visão, de
sentimento, procuramos estar sempre nos cercando de julgamentos em relação a
tudo, fazemos antecipadamente o esquema, o contorno para as coisas, e enquanto
está na imaginação parece coerente, porém muitas vezes quando lidamos com os
fatos consideramos decepcionantes, não pelo fato em si, mas pelo o que
imaginamos que fosse. Então acreditamos termos sido “enganados”, por isso a
sensação de desilusão, é compreensível quando percebemos que a referência vem
de nós mesmos.
E
essa percepção nem sempre é tão fácil, nos relacionamentos esperamos certas
atitudes e essas não acontecem ou não da maneira esperada, e isso acaba se
tornando uma frustração, porque o outro não age, não demonstra as coisas como
nós demonstraríamos ou como nós esperávamos que poderia ser demonstrado.
O
centro da realidade é estarmos baseados na verdade que prevalece em nós e para
nós. Cada um tem a sua verdade, e somente quando estamos ligados com o nosso
centro de verdade é que entendemos os nossos direitos e os direitos dos outros,
os quais nunca podem ser confundidos ou misturados. Assim quando houver uma
tentativa de confronto com o outro, você nunca será atingido.
É
preciso certo esforço para abandonar as idéias “traidoras” para se livrar do
fascínio pelas coisas que não existem, mas que povoam nossa mente e que nos
levam para o caminho da dor, da decepção.
Essa
consciência do real desagrada a quase todas as pessoas que estão perdidas nas
ilusões. Desagrada e ativa a amargura, o desconforto em relação ao que sentimos,
atribuindo aos outros o que acaba saindo diferente do que esperávamos.
As
ilusões nos impedem que realmente tenhamos os olhos de ver, porque não buscamos
a verdade e projetamos nossos sonhos na imaginação. Quando desconhecemos os
traços de nossa personalidade, condenados e responsabilizamos os outros por
aquilo que não podemos admitir em nos próprios.
Nossa
visão sobre as coisas pode enganar-nos, pode estar disforme sob determinados
pontos de vista, pois em realidade ela se forjou entre nossas convicções mais
profundas, sobre aquilo que nós convencionamos em chamar de certo e errado,
isto é, verdadeiro ou falso.
Essa
preocupação de encontrarmos o “ideal”, nos traz muitas angústias, pois nos
impede de ver e viver o que está em nossa frente, ver e viver o que se tem
diante de si, e assim lidar e viver com a realidade, ver o outro ou as coisas
como são, diminui e muito essa sensação de frustração ou decepção, o outro não
é como imaginamos, o outro é como é.
Talvez
o que nos falta é lidarmos com as coisas ou pessoas com mais “alma”, mais
sentimento, e menos razão, sair um pouco dos programas elaborados, idealizados
para que isso ou aquilo dê certo, descer da escada, caminhando com os pés no
chão. Essa talvez seja a verdadeira resolução, que está dentro de cada pessoa,
assim perderemos o medo de nos livrarmos de certas crenças, e conhecendo a
verdade como ela é, podemos ser mais verdadeiros para nossas escolhas,
assumindo aquilo como real e lidarmos assumidamente com as diferenças, e
descobrirmos que no fundo foi o que nos atraiu.
Não
se compare a nada nem a ninguém, mergulhe na sua intimidade e entenda a sua
natureza. Essa é a verdadeira comunhão que você pode fazer com você mesmo.
Dialogo
sobre ilusão.
“Rainha entre os homens, como rainha julguei
que penetrasse no reino dos céus! Que desilusão! Que humilhação, quando, em vez
de ser recebida aqui qual soberana, vi acima de mim, mas muito acima, homens
que julgava insignificantes e aos quais desprezava, por não terem sangue
nobre!” Uma rainha da França. (Havre, 1863.) O evangelho segundo o espiritismo
– capitulo 11 – item 8.
O que são as ilusões?
Definamos
ilusão como sendo aquilo que pensamos, mas que não corresponde à realidade. São
percepções que nos distanciam da verdade. Existem em relação a muitas questões
da vida, tais como metas, cultura, comportamento, pessoas, fatos. A pior das
ilusões é a que temos em relação: a auto ilusão.
Qual a causa das ilusões?
As
ilusões decorrem das nossas limitações em perceber a natureza dos sentimentos
que criam ou determinam nossos raciocínios. Na matriz das ilusões encontramos
carências, desejos, culpas, traumas, frustrações e todo um conjunto de
inclinações e tendências que formam o subjetivo campo das emoções humanas.
Por que a senhora citou que a auto
ilusão é a pior das ilusões?
O
iludido pensa muito o mundo “negando” senti-lo, um mecanismo natural de defesa
face às dificuldades que encontra em lidar com as suas emoções. Esconde-se
atrás de uma imagem que criou de si mesmo para resguardar a autoridade social
ou outro valor qualquer que deseja manter.
O
objetivo da reencarnação consiste em desiludir –nos sobre nós mesmos através da
criação de uma relação libertadora com o mundo material. “Se não buscamos essa
meta então caminhamos para a falência dos planos de ascensão espiritual.
Conforme a resposta anterior, o iludido
esconde-se de que?
De
si mesmo. Criando um “eu ideal” para atenuar o sofrimento que lhe causa a
angustia de ser o que é – a criatura foge de si e vive em “esconderijos
psíquicos”.
Mas, porque se esconde de si mesmo?
Devido
ao sentimento de inferioridade que ainda assinala a caminhada da maioria dos
habitantes da terra que, pouco a pouco, vamos extinguindo. Negar o que sente e
o que se deseja é o objetivo desse mecanismo. Uma forma que a mente aprendeu
para camuflar o sentimento de inferioridade da qual o espírito se conscientizou
em algum instante da sua peregrinação evolutiva.
Então,
iludimo-nos para nos sentirmos um pouco melhores, seria isso?
Auto
ilusão é aquilo que queremos acreditar sobre nós mesmos, mas que não
corresponde à realidade do que verdadeiramente somos, é a imagem de nós
próprios ou aquilo que imaginamos que somos. Uma vivencia psíquica resultante
da desconexão entre razão e sentimento. É a crença na imagem idealizada que
criamos no campo mental. É aquilo que pensamos que somos e desejamos que os
outros creiam sobre nós.
Nós, espíritas, temos ilusões?
Responderei
com clareza e fraternidade; sim, muitas ilusões. O iludido, quando ambicioso,
atinge sem perceber as raias da usura; quando dominador, chega aos cumes da
manipulação; quando vaidoso, guinda-se aos pântanos da supremacia pessoal;
quando cruel, atola-se ao lamaçal do crime; quando astuto, atira-se as
vivencias da intransigência; quando presunçoso, escala os cumes da arrogância;
e, mesmo quando esclarecido espiritualmente, lança-se aos píncaros do
exclusivismo ostentando as qualidades que, muita vez, são adornos frágeis com
os quais esnobam superioridade que supõem possuir.
Poderia dizer a nós, espíritas, algo
sobre a nossas ilusões?
Existe
uma tendência à autossuficiência entre os depositários do conhecimento
espírita. Discursam sobre a condição precária em que se encontram assumindo a
condição de almas carentes e necessitadas, todavia, diametralmente oposto a
isso, agem como se fossem “salvadores do mundo” com todas as respostas para a
humanidade. Essa incoerência na conduta é provocada pela ilusão que criaram do
papel do espírita no mundo...
O
espiritismo é excelente, nós espíritas, nem tanto... nossa condição real, para
quem deseja assumir uma posição ideal perante si mesmo, é a das almas que
apenas começamos a sair do primitivismos moral. Alegremo-nos por isso!
Essa autossuficiência seria o orgulho?
O
orgulho promove essa condição, é a mais enraizada manifestação da ilusão, é a
ilusão do querer ser o que imaginamos que somos. Essa é a pior ilusão, a
autoimagem falsa e superdimensionada de nós mesmos. Essa auto ilusão é
sustentada por uma “cultura de convenções” acerca do que seja ser espírita, um
resquício do velho habito religioso de criar “estampas” pelas quais serão
reconhecidos os seguidores de alguma doutrina. Nesse caso, a ilusão é
desenvolvida chama-se “ideia de grandeza”.
Muitas
pessoas desejariam sair prontas para testemunho após pequenos exercícios de
espiritualização no centro espírita, entretanto, por ignorarem sua real
condição espiritual, fazem da casa doutrinária um templo de aquisição da
angelitude imediata. Querem sair prontos e perfeitos das tarefas e estudos,
quando o objetivo de tais iniciativas é capacitar de valores intelecto morais
para repensar caminhos e encontrar respostas para as encruzilhadas da alma, nas
refregas da existência.
O que é essa autoimagem falsa?
Uma
construção mental que se torna referência para nossas movimentações perante a
vida.
É
uma cristalização mental, uma irradiação que cria uma rotina escravizante nos
sentimentos permitindo nos viver somente as emoções em uma “faixa de segurança”
a fim de não perdermos o status da criatura que supomos ser e queremos que os
outros “acreditem que somos”. O que pensamos sobre nós, portanto, determina a
imagem mental indutora dos valores íntimos. Se o raciocínio sofre distorções da
ilusão, então, viveremos sem saber quem somos.
Como é construída essa autoimagem?
Através
das vivencias intelecto afetivas de todos os tempos desde a criação.
Onde ela permanece?
No
corpo mental. Sua maior expressão é conhecida pelas operações do departamento
da imaginação no reino da mente.
Quer
dizer que além da auto imagem temos um “eu real”, diferente do “eu cristico”,
que ainda não conhecemos?
Sim.
Temos um “eu real” que estamos tentando ignorar há milênios. Essa “parcela” de
nós é a “sombra” da qual queremos fugir. Todavia, o contato com essa “zona
inconsciente” revela-nos não só motivos de dor e angustia mas, igualmente, a
luz que ignoramos estar em nossa intimidade à espera de nossa vontade para
utilizá-la.
Aqui
chamamos a atenção dos nossos parceiros de ideal para o cuidado com o processo
da reforma interior. Existe muita idealização confundindo aprendizes que
imaginam estar dando “saltos evolutivos” em direção a esse “eu real”,
entretanto, em verdade, estão se movimentando na esfera do “eu idealizado”...
Poderia
explicar mais profundamente essa questão dos “saltos evolutivos”?
É um
tipo de ilusão que normalmente assalta os religiosos de todos os tempos.
Imaginam-se muito melhorados a partir do contato com alguma diretriz ou pratica
religiosa e, então, passam a viver uma vida idealizada, um projeto de
“vir-a-ser”. É uma ilusão de que se está fazendo a renovação, apenas uma
idealização. Uma forma de comportar desconectada do sentimento, um adorno moral
para nossas atitudes, é o discurso sem a vivência. “O nome” mais conhecido
desse comportamento e puritanismo.
Como
distinguir idealização de mudança verdadeira?
Na
idealização pensamos o que somos e, como conseqüência , vivemos o que
gostaríamos de ser , mas ainda não somos. É o habito das aparências.
Na
reforma intima sentimos o que somos, e como conseqüência vivemos a realidade do
que somos com harmonia ainda que nos cause muito desconfortos. É o processo da
educação paulatina.
Na
idealização vive-se em permanente conflito por se tratar, em parte, de uma
negação da realidade, enquanto na reforma autentica a criatura consegue
penetrar os meandros dos “sentimentos causais”, encontrando uma convivência
pacifica consigo e aceitando-se sem se acomodar em direção a melhoras
mensuráveis.
Como
vencer nossas ilusões?
Desapegando
da falsa auto imagem falsa que fazemos de nós mesmos. Desapaixonando-se do
“eu”. Para isso somente o autoconhecimento.
Havendo
esse desapego, conseguiremos libertar os sentimentos para novas experiências
com o mundo e consequentemente com nosso “eu profundo”. Isso desencandeará um
processo de resgate de nós mesmos, venceremos a condição de reféns de nosso
passado escravizante, saindo da “roda viciosa das emoções” perturbadoras, quais
sejam o medo, a culpa e a insegurança.
O
processo da desilusão custa sorver o fel da angustia de saber quem somos, e
carregar o peso do sacrifício de cuidar dessa personalidade nova que renasce
exuberante. Independente do quão doloroso seja, é preferível experimentá-la no
corpo a ter que purgá-la na vida espiritual.
Assinalemos
alguns exercícios de desapego dessa paixão que nutrimos pela imagem irreal que
criamos de nós mesmos;
•
Fazer as pazes com as imperfeições.
•
Abandonar os estereótipos e aprender a se valorizar com respeito.
•
Descobrir sua singularidade e vivê-la com gratidão.
•
Coragem para descobrir seus desejos, tendências e sentimentos.
•
Exercitar a auto aceitação através do perdão.
•
Munir se de informações sobre a natureza de suas provas.
•
Aprender a ouvir com atenção e que se passa a sua volta.
•
Dominar o perfeccionismo nutrindo a certeza de que ser falível não nos torna
mais inferiores.
•
Valorizar afetivamente as suas vitorias.
•
Descobrir qualidades, acreditar nelas e colocá-las a serviço das metas de
crescimento.
Paulo,
o apostolo da renovação, indica-nos uma sublime recomendação que nos compele a
meditar na natureza de nossos sentimentos em torno da mensagem do amor;
sugerimos que esse seja nosso roteiro na vitoria sobre as ilusões: “Olhais para
as coisas segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo,
pense outra vez isto consigo”(...) II Coríntios, 10:7
TEXTO
EXTRAIDO DO LIVRO: "REFORMA INTIMA SEM MARTIRIO"
WANDERLEY
SOARES DE OLIVEIRA, PELO ESPIRITO ERMANCE DUFAUX
7 Passos para dominar o Ego - Autor:
Wayne Dyer
Postado
por Nilza Garcia em 18 abril 2014 às 2:51Enviar mensagem Exibir blog
Eis
aqui sete recomendações para te ajudar a transcender essas ideias arraigadas da
vaidade. Todas elas estão destinadas a evitar que te identifiques com uma chave
falsa do ego e da vaidade.
1. Não te sintas ofendido.
A
conduta dos demais não é razão para que fiques imobilizado. O que te ofende só
contribui para te debilitar. Se buscas ocasiões para você se sentir ofendido,
as encontrarás duas em cada três. É teu ego em plena ação, te convencendo que o
mundo não deveria ser como é. Mas podes te converter em degustador da vida e te
corresponderes com o Espírito Universal da Criação. Não podes alcançar a força
da intenção sentindo-te ofendido. Assim, atua para erradicar os horrores do
mundo, que emanam da identificação massiva com o ego, mas vive em paz. Como nos
lembra “Um Curso de Milagres”: A paz é de Deus; aqueles que fazem parte de Deus
não estão a seu gosto, exceto em sua paz. Sentir-te ofendido cria a mesma
energia destrutiva que te ofendeu e que leva ao ataque, ao contra-ataque e à
guerra.
2. Liberta-te da necessidade de ganhar.
Ao
ego encanta dividir-nos entre ganhadores e perdedores. Empenhar-te em ganhar é
um método infalível para evitar o contato consciente com a intenção. Por quê?
Porque, em última instância, é impossível ganhar todo o tempo. Sempre haverá
alguém mais rápido, mais jovem, mais forte, mais hábil e com mais sorte que ti,
e sempre voltarás a te sentir insignificante e desprezível. Tu não és tuas
vitórias. Pode ser que te agrade a competição e que te divirtas num mundo no
qual o ganhar é tudo, mas não tens que estar alí com teus pensamentos.
Não
existem perdedores num mundo no qual compartilhamos a mesma fonte de energia. O
mais que podes dizer é que em determinado dia te rendestes a certo nível em
comparação com o nível de outras pessoas nesse mesmo dia. Mas hoje é outro dia,
e tem que ter em conta outros competidores e outras circunstâncias. Tu
continuas sendo a presença infinita em um corpo que é um dia uma década mais
velho. Esqueça-te da necessidade de ganhar não aceitando que o oposto de ganhar
é perder.
Esse
é o medo do ego. Se o teu corpo não rende para ganhar esse dia, simplesmente
não importa, se não te identificas exclusivamente com teu ego. Adota o papel de
observador, olha e desfruta tudo sem necessitar ganhar um troféu. Viva em paz,
corresponda-te com a energia da intenção e, ironicamente, embora apenas [tu] o
notes, em tua vida surgirão mais vitórias à medida que deixes de ir atrás
delas.
3. Liberta-te da necessidade de ter
razão.
O
ego é fonte de conflitos e dissensões porque te influi a fazer que os demais se
equivoquem. Quando és hostil, te desconectas da força da intenção. O Espírito
criativo é bondoso, carinhoso e receptivo, e é livre da ira, ressentimento e
amargura. Esquecer-se da necessidade de ter sempre razão nas discussões e
relações é como dizer ao ego: Não sou teu escravo.
Quero
abraçar a bondade e rechaço tua necessidade de ter razão. Ainda mais; vou
oferecer a esta pessoa a possibilidade de que se sinta melhor dizendo-lhe que
tem razão e agradecer-lhe por ter me encaminhado para a verdade. Quando te
esqueces da necessidade de ter razão podes fortalecer a conexão com a força da
intenção, mas tenha em conta que o ego é um combatente muito resoluto. Já vi
pessoas dispostas a morrer a deixar de ter razão. Já vi como acabam as relações
maravilhosas pela necessidade de certas pessoas de levar sempre a razão. Te
proponho que esqueças essa necessidade impulsionada pelo ego parando em meio a
uma discussão para perguntar-te: Que quero? Ser feliz ou ter razão?
Quando
eleges o modo feliz, carinhoso e espiritual, se fortalece tua conexão com a
intenção. Em última instância, estes momentos expandem tua nova conexão com a
força da intenção. A Fonte universal começará a colaborar contigo na criação da
vida que a intenção quer que leves.
4. Liberta-te da necessidade de ser
superior.
A
verdadeira nobreza nada tem a ver com ser melhor que os demais. Trata-se de ser
melhor do que eras antes. Centra-te em teu crescimento, com constante
consciência de que não há ninguém melhor que ninguém neste planeta. Todos
emanamos da mesma força vital. Todos temos a missão de cumprir a essência para
a qual estamos destinados, e temos o quanto necessitamos para cumprir esse
destino. Nada disso é possível quando te consideras superior aos demais. Não
por ser velho é menos certo o ditado: Todos somos iguais perante os olhos de
Deus.
Esqueça-te
da necessidade de te sentires superior ao ver Deus revelando-se em todos. Não
valorizes os demais baseando-te em sua aparência, seus feitos, posses e outras
tabelas de avaliação impostas pelo ego. Quando projetas sentimentos de
superioridade, isso é o que te devolvem, e te leva ao ressentimento e em última
instância a sentimentos de hostilidade. Estes sentimentos se convertem no
veículo que te afasta da intenção. “Um Curso de Milagres” fala dessa
necessidade de ser especial e superior: O sentir-se especial sempre estabelece
comparações. É produzido por uma carência que se vê no outro e que se mantém
buscando e não perdendo de vista as carências que pode perceber.
5. Liberta-te da necessidade de ter
mais.
O
mantra do ego é “mais”. O muito que consigas ou adquiras, teu ego insistirá em
que que não é o suficiente. Ver-te-ás lutando continuamente e eliminarás a
possibilidade de alcançar a meta, mas na realidade já as alcançou, e é assunto
teu decidir como utilizar o momento presente de tua vida. Ironicamente, quando
deixas de necessitar mais, parece como que te chegará mais do que desejas.
Como
estás desapegado dessa necessidade, te resulta mais fácil transmiti-la aos
demais, por que te dás conta do pouco que necessitas para te sentir satisfeito
e em paz. A Fonte universal está satisfeita de si própria, em contínua expansão
e criando nova vida, sem tentar jamais aferrar-se às suas criações através de
seus recursos egoístas. Cria e se desliga. Quando te desligas da necessidade do
ego de ter mais, te unificas com a fonte. Crias, atrais o que desejas para ti e
te desligas, sem exigir que se te apresente nada mais. Se valorizas tudo o que
surge, aprendes a grande lição que nos deu S. Francisco de Assis: é dar quando
recebemos. Ao permitir que a abundância flua até ti e através de ti,
estabeleces correspondência com a Fonte e asseguras que esta energia continue
fluindo.
6. Liberta-te da necessidade de te
identificar com teus ganhos.
Pode
resultar num conceito difícil se pensas que tu e teus ganhos são o mesmo. Deus
escreve todas as músicas, canta todas as canções, Deus constrói todos os
edifícios. Deus é a Fonte de todos os teus ganhos. E já ouço os protestos de
teu ego, mas continue sintonizado com essa ideia. Tudo emana da Fonte. Tu e a
Fonte sois um e o próprio! Não és esse corpo e seus ganhos.
És o
observador. Fixa-te em tudo e agradece as capacidades que te foram concedidas,
a motivação para ganhar coisas e as coisas que acumulastes, mas atribua todo o
mérito à força da intenção que te deu a existência e da que fazes parte
materializado. Quanto menos necessites atribuir-te o mérito de teus ganhos mais
conectado estarás com as sete caras da Intenção, mais livre serás de conseguir
coisas, que te surgirão com mais frequência. Quando te apegas a esses ganhos e
crês que os está conseguindo sozinho é quando abandonas a paz e a gratidão de
tua Fonte.
7. Liberta-te de tua fama.
A
fama que tens não está localizada em ti, senão na mente dos demais e, por
conseguinte, não exerces nenhum controle sobre ela. Se falas com trinta
pessoas, terás trinta famas diferentes. Conectar-se à intenção significa
escutar os ditados de teu coração e atuar baseando-te no que tua voz interior
te diz que é tua meta aqui. Se te preocupas em demasia como vão te perceber os
demais, terás desconectado da intenção e permitido que te guiem as opiniões dos
demais. Assim funciona o ego. É uma ilusão que se levanta entre ti e a Força da
intenção.
Não
há nada que possas fazer, a menos que te desconectes da força e te convenças de
que tua meta consiste em demonstrar aos demais tua superioridade e autoridade e
dediques tua energia a tentar ganhar uma fama extraordinária entre o ego dos
demais. Faça o que faças segundo a orientação de tua voz interior, sempre
conectada com tua Fonte e agradecida a ela. Mantém teu propósito, desliga-te
dos resultados e aceita a responsabilidade do que reside em ti: teu caráter.
Deixa que outros discutam sobre a tua fama; não tem nada a ver contigo.
Ou
como diz o título de um livro: “O que pensas de mim não é assunto meu”.
(Tirado
do livro “El poder de la intención” de Wayne Dyer)
Texto
extraído do site “Semillas de Luz” - Traduzido do Espanhol por J.Baptista Neto
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