domingo, 30 de abril de 2017

IHSE Programa #01 Idiotismo e Loucura

IHSE Programa #01 Idiotismo e Loucura
IHSE Programa #01 Idiotismo e Loucura


Civilização

23/07/2009 _ Lei do Progresso _ Civilização _ LE 790 a 793 _ Rita _ 18h00min

790. A civilização é um progresso, ou, segundo alguns filósofos, uma decadência da Humanidade?
— Progresso incompleto, pois o homem não passa subitamente da infância à maturidade.
790-a. É razoável condenar-se a civilização?
— Condenai antes os que abusam dela e não a obra de Deus.

791. A civilização se depurará um dia, fazendo desaparecer os males que tenha produzido?
— Sim, quando a moral estiver tão desenvolvida quanto a inteligência. O fruto não pode vir antes da flor.

792. Por que a civilização não realiza imediatamente todo o bem que ela poderia produzir?
— Porque os homens ainda não se encontram em condições, nem dispostos a obter este bem.
792-a. Não seria ainda porque, criando necessidades novas, excita novas paixões?
— Sim, e porque todas as faculdades do Espírito não progridem ao mesmo tempo; é necessário tempo para tudo. Não podeis esperar frutos perfeitos de uma civilização incompleta.

793. Por que sinais se pode reconhecer uma civilização completa?
— Vós a reconhecereis pelo desenvolvimento moral. Acreditais estar muito adiantados por terdes feito grandes descobertas e invenções maravilhosas; porque estais melhor instalados e melhor vestidos que os vossos selvagens; mas só tereis verdadeiramente o direito de vos dizer civilizados quando houverdes banido de vossa sociedade os vícios que a desonram e quando passardes a viver como irmãos, praticando a caridade cristã. Até esse momento, não sereis mais do que povos esclarecidos, só tendo percorrido a primeira fase da civilização.
A civilização tem os seus graus, como todas as coisas. Uma civilização incompleta é um estado de transição que engendra males especiais, desconhecidos no estado primitivo, mas nem por isso deixa de constituir um progresso natural, necessário, que leva consigo mesmo o remédio para aqueles males. À medida que a civilização se aperfeiçoa, vai fazendo cessar alguns dos males que engendrou, e esses males desaparecerão com o progresso moral.
De dois povos que tenham chegado ao ápice da escala social, só poderá dizer-se o mais civilizado, na verdadeira acepção do termo, aquele em que se encontre menos egoísmo, menos cupidez e menos orgulho; em que os costumes sejam mais intelectuais e morais do que materiais; em que a inteligência possa desenvolver-se com mais liberdade; em que exista mais bondade, boa fé, benevolência e generosidade recíprocas; em que os preconceitos de casta e de nascimento sejam menos enraizados, porque esses prejuízos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; em que as leis não consagrem nenhum privilégio e sejam as mesmas para o último como para o primeiro; em que a justiça se exerça com o mínimo de parcialidade; em que o fraco sempre encontre apoio contra o forte; em que a vida do homem, suas crenças e suas opiniões sejam melhor respeitadas; em que haja menos desgraçados; e, por fim, em que todos os homens de boa vontade estejam sempre seguros de não lhes faltar o necessário.(1)
(1) Será essa a civilização cristã que o Espiritismo estabelecerá na Terra. Como se vê pelas explicações dos Espíritos e os comentários de Kardec, a civilização incompleta em que vivemos é apenas uma fase de transição entre o mundo pagão da Antigüidade e o mundo cristão do futuro. Nos costumes, na legislação, na religião, na prática dos cultos religiosos vemos a mistura constante dos elementos do paganismo com os princípios renovadores do Cristianismo. Cabe ao Espiritismo a missão de remover esses elementos pagãos para fazer brilhar o espírito cristão em toda a sua pureza. Veja-se, a propósito, todo o cap. I de "O Evangelho segundo o Espiritismo". (N. do T.)


Civilização _ Segundo Léxico Kardequiano _ Conjunto de normas jurídicas, culturais, sociais, etc., que constituem e indicam o grau de evolução de uma sociedade. Ato ou efeito de socializa

sf (civilizar+ção) 1 Estado de adiantamento e cultura social. 2 Ato de civilizar. 3 Sociologia Acumulação e aumento de habilidades manuais e de conhecimentos intelectuais e a aplicação deles.

civilizar
ci.vi.li.zar
(civil+izar) vtd e vpr 1 Tornar(-se) civil ou cortês: Os gregos contribuíram para civilizar os romanos. Esse moço civilizou-se, graças à sua noiva. 2 Converter(-se) ao estado de civilização: Pretendiam civilizar os índios. "Quanto mais se civiliza o gênero humano, mais a guerra se desciviliza" (Rui Barbosa).


















As Primeiras Civilizações
Nos mapas destacam as regiões onde floresceram as primeiras civilizações, num período denominado Antigüidade Oriental.
O Egito localiza-se no nordeste da África, banhado ao norte pelo Mar Mediterrâneo, a leste pelo Mar Vermelho, a oeste pelo deserto da Líbia e ao sul pelo Sudão. Seu território é cotado no sentido sul-norte pelo Rio Nilo. O rio é responsável pela fertilidade das terras do vale, onde se desenvolveu uma das primeiras civilizações, já que era responsável pela irrigação natural da terra, facilitando o trabalho agrícola das comunidades que passaram a produzir excedentes, possibilitando a organização do Estado e de uma sociedade mais complexa. Por volta de 3500 a.C. as populações que viviam às margens do Nilo deram origem a dois reinos: o Baixo Egito, na região do delta do rio, e o Alto Egito, no decurso do vale do Nilo Aproximadamente em 3200 a.C. Menés, que governava o Alto Egito, promoveu a unificação dos dois reinos ao invadir a região norte. A primeira dinastia, denominada Tinita, foi responsável por assegurar a unidade do país por cerca de 2000 anos.
Mesopotâmia é a denominação dada pelos gregos antigos à região compreendida entre os rios Eufrates e Tigre, que cortam um extenso vale e aproximam-se na região sul, onde desembocam no Golfo Pérsico.
Essa região é parte do "crescente fértil", área caracterizada pela possibilidade da prática agrícola, dada `a fertilidade da terra, produzida pelas cheias dos dois rios. Esse território é ladeado pelo deserto da arábia a oeste e pelo planalto do Irã a leste.
Uma das características geográficas que também influenciou o desenvolvimento da região é a distinção entre o norte e o sul.
Ao norte, região menos fértil e mais árida, onde predominam montanhas e planaltos, desenvolveram-se os povos babilônicos e assírios, que chegaram a dominar toda a região.
Ao sul encontramos áreas de planícies aluvionais, irrigadas pelas enchentes periódicas, onde desenvolveram-se as primeiras civilizações, chamadas sumerianas. Mapas retirados do CD-ROM Atlas de História Geral, da Editora Ática

A civilização é o estágio da cultura social e da civilidade de um agrupamento humano caracterizado pelo progresso social, científico, político, econômico e artístico. O vocábulo deriva do latim civita que designava cidade e civile (civil) o seu habitante.
A civilização é um processo social em si, inerente aos grupamentos humanos que tendem sempre a evoluir com a variação das disponibilidades econômicas, principalmente alimentares e sua decorrente competição por estes com os grupamentos vizinhos. Alguns historiadores têm defendido que o surgimento de grandes civilizações sempre depende do progressivo acúmulo de recursos naturais por um determinado grupo étnico e tem por detonador o acúmulo de poder bélico nas mãos de certos líderes e suas famílias. A hegemonia de tais grupos sobre outros acaba sempre influenciando culturalmente toda a região e o produto, invariavelmente, redunda em um novo regramento social, impressionantes construções e a produção de obras de arte numa etapa posterior.
O conceito de "civilização" surgiu entre os povos europeus e os critérios para considerar um povo "mais" ou "menos civilizado" também foram estabelecidos por eles. Eram critérios que valorizavam, acima de tudo, o modo de vida europeu. Há a ideia de que existem povos "mais civilizados" e povos "menos civilizados". Sabe-se que isso não tem fundamento. Hoje, o termo civilização, quando é utilizado, serve apenas para designar diferentes modos de vida, sem indicar superioridade ou inferioridade.

Civilização surgiu após mudanças climáticas ocorridas há mais de 4 milênios _ France Presse, em Londres
As civilizações humanas nasceram em decorrência de grandes mudanças climáticas ocorridas entre 4 mil e 6 mil anos atrás, afirmou um pesquisador britânico especializado em meio ambiente.
"A civilização não apareceu como resultado de um ambiente favorável", afirmou Nick Brooks durante o Festival da Ciência de Norwich (leste da Inglaterra).
"Pelo contrário, o que hoje consideramos como a 'civilização' é em grande parte uma conseqüência acidental de uma adaptação não planejada a uma mudança climática catastrófica", explicou o pesquisador da Universidade East Anglia, de Norwich.
Segundo o especialista, a civilização foi um último recurso para organizar a sociedade, a produção e a distribuição de alimentos diante da deterioração das condições ambientais.
Segundo ele, entre 4 mil e 6 mil anos atrás, o clima se tornou muito árido devido às mudanças ambientais no planeta.
A conseqüência foi uma piora nas condições de vida para os homens que até então viviam da caça e da colheita.
Para sobreviver, eles se aproximaram de diferentes fontes de água, o que levou à criação de comunidades estáveis. Assim --explicou o pesquisador-- nasceram as primeiras civilizações no Egito, no Iraque, no sul da Ásia, na China e no norte da América do Sul.
Brooks deu como exemplo o Egito, citando o Nilo como um local onde as pessoas podiam viver mesmo depois da desertificação da região, há 4 mil anos.


Civilização e cultura se referem ambas, ao estilo de vida em geral de um povo, e uma civilização é uma cultura em escrita maior. As duas envolvem “os valores, as normas, as instituições e os modos de pensar aos quais sucessivas gerações numa determinada sociedade atribuíram uma importância fundamental”.
Existe uma correspondência significativa entre a divisão dos povos por características culturais em civilizações e sua divisão por características físicas em raças. No entanto, civilização e raça não são a mesma coisa. Povos da mesma raça podem estar profundamente divididos pela civilização e povos de raças diferentes podem estar unidos pela civilização. Em especial as grandes religiões missionárias, o Cristianismo e o Islã, abrangem sociedades com variedade de raças. As distinções cruciais entre os grupos humanos se referem a seus valores, crenças, instituições e estruturas sociais, não a seu tamanho físico, formato de cabeça e cor da pele.
As civilizações não têm fronteiras nitidamente definidas nem começos e fins precisos. Os povos podem redefinir suas identidades e, em conseqüência, a composição e as formas das civilizações mudam com o tempo.
As civilizações são, também, mortais, porém duram muito tempo. Elas evoluem, se adaptam e são as mais duradouras dentre as associações humanas.a civilização é, na verdade, a história mais comprida de todas. Os impérios ascendem e caem, os governos vêm e vão, as civilizações perduram e sobrevivem às convulsões políticas, sociais, econômicas, até mesmo ideológicas. Mas ao mesmo tem pó em que as civilizações perduram, elas também evoluem. Elas são dinâmicas, ascendem e caem, se fundem e se dividem e também desaparecem. As fases de sua evolução podem ser especificadas de diversas maneiras. Quigley vê as civilizações passando por sete estágios: mescla, gestação, expansão, era de conflito, império universal, decadência e invasão. Toynbee vê uma civilização surgindo como uma resposta a desafios e passando então por um período de crescimento que envolve um crescente controle sobre seu ambiente produzido por uma minoria criativa, seguido por um tempo de dificuldades, a ascensão de um Estado universal e depois a desintegração. Todas essas teorias vêem as civilizações evoluindo através de um tempo de dificuldades ou conflito para um Estado universal e daí para a decadência e a desintegração.
Como as civilizações são entidades culturais e não políticas, ela, como tal, não mantêm a ordem, não estabelecem a justiça, não arrecadam impostos, não travam guerras,não negociam tratados nem fazer quaisquer das coisas que fazem os governos. Uma civilização pode assim conter uma ou mais unidades políticas. À medida que uma civilização evolui, normalmente ocorrem mudanças na quantidade e na natureza das unidades políticas que a constituem. Num extremo, pode haver coincidência entre uma civilização e uma entidade política. Lucian Pye comentou que a China é “uma civilização que pretende ser um Estado. O Japão é uma civilização que é um Estado. Entretanto, a maioria das civilizações contém mais de um Estado ou outra entidade política.
De forma geral, os estudiosos estão de acordo quanto à identificação que fazem das principais civilizações da História e quanto às que existem no mundo moderno. Assim, as principais civilizações contemporâneas são as seguintes:
• Sínica: todos os estudiosos reconhecem a existência ou de uma única e distinta civilização chinesa que vem pelo menos de 1500ª.C., e talvez de mil anos antes, ou de duas civilizações chinesas, uma sucedendo à outra nos primeiros séculos da era cristã.
• Japonesa: alguns estudiosos combinam as culturas japonesa e chinesa sob o título de uma única civilização extrermo-oriental. A maioria, porém não o faz e, ao contrário, reconhece o Japão como uma civilização distinta que foi fruto da civilização chinesa, emergindo durante o período entre 100 e 400 d. C.
• Hindu: reconhece-se de forma universal que existiram uma ou mais civilizações sucessivas no Subcontinente desde pelo menos 1500 a. C. de modo geral, elas são chamadas de indiana, índica ou hindu, sendo este último termo preferido para se referir à civilização mais recente. O Hinduísmo foi fundamental para a cultura do Subcontinente desde o segundo milênio antes da era Cristã. Mais do que uma religião ou um sistema social, ele é o núcleo da civilização indiana.
• Islâmica: todos os principais estudiosos reconhecer a existência de uma civilização islâmica distinta. Originando-se na Península Arábica no século VII d. C., o Islã se espalhou rapidamente através do norte da África e da Península Ibérica, bem como na direção do leste, pela Ásia Central, pelo Subcontinente e pelo Sudeste Asiático. Em conseqüência, existem dentro do Islã muitas culturas distintas, inclusive árabe, turca, persa e malaia.
• Ortodoxa: Alguns estudiosos distinguem uma civilização Ortodoxa, centrada na Rússia e separada da Cristandade Ocidental, como resultado de sua ascendência Bizantina, religião distinta, 200 anos de leis Tártaras, despotismo burocrático e exposição limitada ao Renascimento, Iluminismo e outras experiências fundamentais do Ocidente.
• Ocidental: A civilização ocidental é geralmente dada como tendo surgido por volta de 700 ou 800 d. C. de forma geral, ela é vista pelos estudiosos como tendo três componentes principais na Europa, América do Norte e América Latina.
• Latino-americana: a América Latina evoluiu por um caminho bastante diferente dos da Europa e da América do Norte. Um produto da civilização européia, ela também incorpora, em graus variados, elementos de civilizações indígenas americanas que não se encontraram n América do Norte e na Europa. Ela teve uma cultura corporativista, autoritária, que existiu em muito menor grau na Europa e não existiu em absoluto na América do Norte. Historicamente, embora isso possa estar mudando, a América Latina sempre foi católica. A evolução política e o desenvolvimento econômico latino-americanos se diferenciaram muito dos padrões que prevaleceram nos países do Atlântico Norte. Do ponto de vista subjetivo, os próprios latino-americanos se encontram divididos no que se refere à sua auto-identificação. Uma vasta literatura de autores latino-americanos e norte-americanos desenvolve suas diferenças culturais. A América Latina poderia ser considerada ou uma subcivilização dentro da civilização ocidental ou uma civilização separada, intimamente afiliada ao Ocidente e dividida quanto a se seu lugar é ou não no Ocidente.
• Africana (possivelmente): os principais estudiosos de civilização, com exceção de Braudel, não reconhecem uma civilização africana distinta. O norte do continente africano e sua costa leste pertencem à civilização islâmica. Historicamente, a Etiópia, com suas instituições distintas, igreja monofisista e língua escrita, constitui uma civilização própria. Na África do Sul, colonizadores holandeses, franceses e, depois, ingleses, criaram uma cultura européia multifragmentada. Mais importante ainda, o imperialismo europeu levou o Cristianismo para a maior parte do continente ao sul do Saara. Contudo, as identidade tribais são profundas e intensas pela África, embora os africanos estejam também desenvolvendo cada vez mais uma noção de identidade africana, sendo possível que a África subsaárica se junte numa civilização distinta, sendo possivelmente a áfrica do Sul seu Estado-núcleo.
A religião é uma característica central definidora das civilizações. As grandes religiões são os alicerces sobre os quais repousam as civilizações. Das cinco “religiões mundiais” citadas por Weber, quatro – Cristianismo, Islamismo, Hinduísmo e Confucionismo – estão associadas com civilizações principais. A quanto, o Budismo não está. Por quê? Tal como o Islamismo e o Cristianismo, o Budismo cedo se separou em duas subdivisões principais e, como o Cristianismo, não sobreviveu na sua terra natal. A partir do século i D.c., O Budismo maaiano foi exportado para a China e pra a Coréia, Vietnã e Japão. Nessas Sociedades, o Budismo foi adaptado de formas diversas, assimilado às culturas indígena, e eliminado.
De forma geral, a virtual extinção do budismo na Índia e sua adaptação e incorporação às culturas existentes na China e no Japão significam que o Budismo, embora sendo uma religião importante, não foi a base de uma civilização importante.

SUMÉRIOS E ACÁDIOS
Por volta de 10000 a.C., os primeiros grupos humanos sedentários passaram a se fixar na região da Mesopotâmia, dando os primeiros passos que marcaram o surgimento das primeiras cidades-Estado da região. Com o passar do tempo, avançadas técnicas de exploração dos recursos hídricos permitiram o incremento populacional e a constituição das primeiras cidades, como Uruk, formada em 4000 a.C..
Foi justamente nessa época que os sumérios – civilização oriunda do planalto iraniano – se fixaram na região da Caldeia, localizada entre a Baixa e a Média Mesopotâmia. Com o desenrolar de sua presença naquele território, os sumérios foram responsáveis pela fundação de doze cidades-Estado, como Quish, Ur, Nipur e Lagash. Marcando o desenvolvimento da chamada Revolução Urbana, cada uma dessas cidades era dotada de um núcleo urbano cercado por terras destinadas ao cultivo.
Tendo uma organização política descentralizada, cada um desses polos urbanos era controlado por um sacerdote auxiliado por um conselho de anciãos. Este chefe político era conhecido como patesi e tinha como tarefas primordiais a organização da população, o controle dos exércitos, a cobrança de impostos e a construção das obras hidráulicas e templos. O uso das terras era feito de maneira coletiva, já que os sumérios acreditavam que elas pertenciam aos deuses.
Paralelo ao desenvolvimento agrícola, os sumérios também foram capazes de firmar relações de comércio com outros povos da Antiguidade. O controle dessas atividades foi possível com o auxílio da escrita cuneiforme, concebida a partir da gravação de símbolos em blocos de argila posteriormente expostos à luz solar ou levado para uma fornalha. Esse código escrito, além de ter fins econômicos, também permitiu a criação de uma rica literatura, repleta de mitos, narrativas históricas, leis, fábulas e provérbios.
A autonomia política de cada uma das cidades sumerianas pode ser compreendida através dos vários conflitos envolvendo diferentes núcleos. Enquanto se desgastavam com a realização dessas batalhas, os povos semitas ocuparam regiões próximas da Suméria, formando a civilização acadiana. Por volta de 2400 a.C., conseguiram impor a sua hegemonia sob as cidades-Estado sumerianas. Já em 2330 a.C., o rei acadiano Sargão I promoveu a unificação da porção centro-sul da Mesopotâmia.
O período de ascensão do império acadiano foi relativamente curto, pois diversas tentativas de invasão militar enfraqueceram seriamente sua unidade política e territorial. Em 2180 a.C., os gutis – originários das montanhas da Armênia – empreenderam uma grande ofensiva contra várias cidades mesopotâmicas. Somente a cidade de Ur conseguiu reagir contra os gutis e impor sua dominação. Entretanto, por volta de 2000 a.C., os povos elamitas deram fim à supremacia acadiana. Por Rainer Sousa


Mesopotâmia: região povoada por uma grande diversidade de civilizações.
A região entre os rios Tigre e Eufrates foi o berço de diversas das civilizações desenvolvidas ao longo da Antigüidade. O aparecimento de tantas culturas nessa região é usualmente explicado pela fundamental importância dada aos regimes de cheias e vazantes que fertilizavam as terras da região. Ao longo desse processo, sumérios, assírios e acádios criaram vários centros urbanos, travaram guerras e promoveram uma intensa troca de valores e costumes.
Segundo alguns estudos realizados, a ocupação dessa parcela do Oriente Médio aconteceu aproximadamente há 4000 a.C., graças ao deslocamento de pequenas populações provenientes da Ásia Central e de regiões montanhosas da Eurásia. Cerca de um milênio mais tarde, os povos semitas também habitaram essa mesma região. Já nesse período, a Mesopotâmia possuía um expressivo conjunto de cidades-Estado, como Nipur, Lagash, Uruk e Ur.
Essas primeiras cidades são parte integrante da civilização sumeriana, tida como a primeira a surgir no espaço mesopotâmico. Dotadas de ampla autonomia política e religiosa, essas cidades viveram intensas disputas militares em torno de regiões férteis da Mesopotâmia. Nesse meio tempo, os semitas foram ocupando outras áreas onde futuramente nasceriam novos centros urbanos. Entre as cidades de origem semita, damos especial destaque a Acad, principal centro da civilização acadiana.
Nesse período de disputas e ocupações podemos observar riquíssimas contribuições provenientes dos povos mesopotâmicos. Entre outros pontos, podemos destacar a criação de uma ampla rede comercial, códigos jurídicos, escolas, conhecimentos matemáticos (multiplicação e divisão), princípios médicos, a formulação da escrita cuneiforme e a construção dos templos religiosos conhecidos como zigurates. Por volta de 2350 a.C., os acadianos, liderados por Sargão, dominaram as populações sumerianas.
Em 1900 a.C., a civilização amorita – povo de origem semita – criou um extenso império centralizado na cidade de Babilônia. Hamurábi (1728 – 1686 a.C.), um dos principais reis desse império, foi responsável pela unificação de toda a Mesopotâmia e autor de um código de leis escritas conhecido como Código de Hamurábi. Esse conjunto de leis contava com cerca de 280 artigos e determinava diversas punições com base em critérios de prestígio social.
Por volta de 1300 a.C. o Império Babilônico entrou em decadência em resultado da expansão territorial dos assírios. Contando com uma desenvolvida estrutura militar, esse povo ficou conhecido pela violência com que realizavam a conquista de outros povos. As principais conquistas militares do Império Assírio aconteceram nos governos de Sargão II, Senaqueribe e Assurbanipal. Com o passar do tempo, esse opulento império não resistiu às revoltas dos povos por eles mesmos dominados.
No ano de 612 a.C., os caldeus empreenderam uma vitoriosa campanha militar que deu fim à hegemonia dos assírios. A partir dessa conquista ficava registrada a formação do Segundo Império Babilônico ou Neobabilônico. O auge desta nova hegemonia na Mesopotâmia ficou a cargo do Imperador Nabucodonosor II. Em seu governo, importantes construções, como a Torre de Babel e os Jardins Suspensos, representaram o notável progresso material dessa civilização.
Em 539 a.C., durante o processo de formação do Império Persa, os babilônios foram subordinados aos exércitos comandados pelo imperador Ciro II. Essa conquista assinalou o fim das grandes civilizações de origem mesopotâmica que marcaram a história da Antigüidade Oriental. Por Rainer Sousa Graduado em História Equipe Brasil Escola

AS RELAÇÕES ENTRE AS CIVILIZAÇÕES
1)Durante mais de três mil anos depois que as civilizações emergiram pela primeira vez, com algumas exceções, não houve contatos entre elas ou os contatos foram limitados ou intermitentes e intensos. As civilizações estiveram separadas pelo tempo e pelo espaço.
2)As civilizações também estavam separadas geograficamente. Entretanto as comunicações e as relações comerciais eram restringidas pelas distâncias que separavam as civilizações e pelos limitados meios de transporte disponíveis para superar as distâncias.
3)As idéias e a tecnologia passaram de civilização para civilização, mas isso freqüentemente demandou séculos. Talvez a difusão cultural mais importante que não resultou de conquista tenha sido a disseminação do Budismo para a China, que ocorreu cerca de 600 anos após sua origem na Índia setentrional. A imprensa foi inventada na China no século VIII d.C. e os tipos móveis no século XI, porém essa tecnologia só chegou à Europa no Século XV. Outra invenção chinesa, a pólvora, que ocorreu no século IX, disseminou-se para os árabes algumas centenas de anos depois e atingiu a Europa no século XIV.
4)Os contatos mais espetaculares e significativos entre as civilizações se deram quando povos de uma civilização conquistaram e eliminaram ou subjugaram os povos de outra. A maioria das interações comerciais, culturais e militares se deu dentro de uma mesma civilização.
As grandes civilizações que surgiram na antiguidade e criaram tudo o que nós temos hoje, foram as grandes percussoras de culturas e patrimônio que hoje desaparecem em todo o planeta, como é o caso dos Incas, que somem sem vestígio nenhum de sua cultura no mundo.
As grandes civilizações da antiguidade foram responsáveis pelas grandes terras e reinos de um tempo glorioso da nossa história, e as maiores civilizações fundaram seus reinos em países que hoje são a Grécia, Itália, Egito e Iraque. Abaixo pra deixar sua pesquisa mais completa nos temos algumas informações das maiores civilizações da antiguidade.
CIVILIZAÇÃO GREGA – 3.000 a.C – 200 d.C – Grécia e Mar Egeu.
Fundou a Democracia, Matemática, teatro, Artes e eram excelentes guerreiros e marinheiros. Cidades principais Atenas e Esparta. Sociedade politeísta.
CIVILIZAÇÃO EGIPCIA – 4.000 a.C – 50 d.C – Egito e Canal de Suez
Regime de Faraós, grandes construtores e astrônomos. Construíram um reino fértil as margens do Rio Nilo, com suas Pirâmides e sociedade em camadas. Cidades principais Memphis e Cairo. Sociedade Politeísta.
CIVILIZAÇÃO ROMANA – IMPÉRIO ROMANO – 2.000 a.C – 600 d.C – Roma e toda Europa e Ásia Ocidental, parte da África.
Responsáveis pelo maior império do mundo, com imperadores como César, Augusto e Nero. Contribuíram muito para as artes e a fusão de várias culturas. Cidades principais Roma, Vaticano, e todas as capitais tomadas por eles. Sociedade Politeísta que mais tarde se tornaria Cristã.
CIVILIZAÇÃO MESOPOTAMICA – IMPÉRIO PERSA – 3.000 a.C – 400 d.C – Ásia Menor, Babilônia e Ásia até a Índia.
Chefiada na sua era de ouro por Alexandre o grande, foi o Império que mais se estendeu pelo mundo, só fracassando nas terras geladas da Índia e China. Alexandre foi responsável por unir dois impérios ao seu, e quase derrubou o império romano. Conquistou o Egito, a Grécia, a Ásia Menor, o Afeganistão, parte da Rússia e metade da Ásia.
Cidades principais Babilônia, Alexandria e Atenas. Sociedades de varias culturas diferentes.
7 mentiras sobre a civilização _ por Ran Prieur

1- Progresso.
A mentira sobre o "progresso" não é a de que ele é bom , ou inevitável, mas é o fato de que ele existe, de que sempre temos experienciado tal coisa como uma linha reta, uma única direção, ilimitado, uma mudança positiva. Devemos pensar que temos, porque "progresso" é a mentira central de nossa cultura e existem ilusões e fantasias sobre isto em todos os lugares:
Existe o sistema escolar, onde vamos das series baixas para as maiores - Porém esta elevação não real, é apenas uma historia para contar, e a mudança é apenas para nos fazer melhor encaixados no sistema dominante, assim como negociamos a experiência por historias rígidas, intuição por intelecto, diversidade por uniformidade, independência por obediência, e espontaneidade pelo  previsível. Então temos o sistema de trabalho assalariado, onde supostamente vamos de posições baixas para posições altas, mas poucos conseguem, e de qualquer maneira "alta" significa exatamente que o sistema dominante tem um controle firme de nossa atenção, de nossos valores, de nossas almas. Então temos a história da tecnologia, onde as mudanças são declaradas "melhores" quando seus efeitos são para aumentar nossa impetuosa força transformadora sobre o mundo enquanto também aumenta nosso distancia emocional, ou para nos fazer mais dependentes de especialistas, ou para rodear mais e mais os humanos com as coisas que os humanos tem criado, um processo que Jerry Mander identificou como " psychic inbreeding" (algo como "procriação psíquica", N do T). Um local profundo em nossa "procriação psíquica" é o mundo dos jogos de computadores, jogos que muitas vezes sem exceção são construídos sobre o mito do progresso, nos treinando para nos auto-medicar com dopaminas para visões de poder cada vez mais crescentes, e assim nos deixando desligados com uma vitória no lugar de nos mostrar como este tipo de historia realmente termina.
Na realidade, nada se torna "melhor", mas apenas mudam as suas relações, e uma mudança nas relações que negocia a consciência e a colaboração para a desconexão e dominação não é irreversível mas sim insustentável, não ilimitado e sim auto-limitado, não positivo e sim destrutivo.

2- Evolução
Não existe disputa nos registros fósseis, no qual a vida tem se transformado muitas vezes. A mentira é em projetar o mito "progresso" em tais mudanças, declarar que tais mudanças seguem uma simples linha em uma única direção, e sempre para "melhor". Este é um argumento muito difundido, onde nossa insanidade coletiva empurra uma mascara de si mesma no mundo biológico para se justificar. Na realidade as mudanças biológicas não são como a mentira do "progresso" - As mudanças biológicas partem para diversas direções, com populações crescendo e diminuindo, com os organismos se tornando pequenos ou maiores, se movendo da água para terra, e da terra para a água. E nada se torna "melhor" a não ser fato de que as espécies se adaptam melhor ao seu ambiente, e numa ausência de catástrofes a totalidade da vida se torna mais diversa e complexa. Mas de ambas maneiras, os humanos civilizados tem feito o oposto! Não nos adaptando neste vasto mundo mas alterando o mundo para ajusta-lo a nós mesmos, e também alterando a nós mesmos para nos encaixarmos nas nossas mesquinhas fantasias culturais. E não estamos aumentando mas diminuindo a diversidade e complexidade do todo, levando as espécies a extinção e exterminando ou assimilando as sociedades humanas em uma monocultura global uniforme.
Então de qualquer maneira que você classifica a historia biológica na terra, a civilização não é uma extensão de tal história  mas uma recusa, uma catástrofe.

3- Tudo é Natural
Felizmente a maioria da pessoas reconhecem que isto é uma distração pseudo filosófica simplória, mas de qualquer maneira quero derrubá-la, O argumento se apóia numa distorção semântica, uma redefinição do "natural" para incluir absolutamente tudo porque assim eu digo. A civilização é natural porque humanos são animais, o lixo tóxico é natural porque é derivado de coisas que surgem na terra, blá blá blá
As pessoas não usam a palavra "natural" desta maneira. Talvez seja "natural" eu pegar um porrete e esmagar a sua cabeça, mas você preferiria que eu não fizesse isso, então você define palavras como "assassinato" para expressar e defender esta preferência. Da mesma maneira, as pessoas definem "natural" para expressar e defender suas preferencias por árvores vivas do que por árvores de plástico, campos no lugar de estacionamentos, rios de águas potáveis no lugar de rios de dioxinas. Isto é o que "natural" realmente significa, e se você não quiser morrer de câncer e transformar a terra num deserto envenenado, temos a responsabilidade de separar linguisticamente o natural do não-natural e optar pelo o natural muitas vezes durante um dia. Se você quer uma exata definição, "natural" significa simbiose com a natureza, e natureza significa a totalidade da vida simbiótica na Terra, e simbiótico significa formas de relações que são mutuamente benéficas e também benéficas para o todo, onde o benefício amplo toma prioridade. Definir "benefício" empurra os limites de nossa linguagem empobrecida, mas eu venho a dizer que "beneficio" significa gerar autonomia e diversidade de vida.  E se você não sabe o que significa vivo , procure saber mais.

4- A Tecnologia é Neutra
De todas as mentiras acerca da civilização, esta é a mais traidora, a mais desafiadora para refutar, a mentira que mais enfraquece o entendimento das pessoas, uma vez que poderiam saber melhor. É uma tamanha mentira que é difícil de lhe dar com ela, é tão auto-referencial que é difícil estar fora disso, e estar fora disso não é uma questão de aprender um simples argumento, mas antes aprender um modo de pensar totalmente diferente e complexo.A mentira tem duas formas que são comumente indistinguíveis juntas. Uma diz que a tecnologia como um todo é neutra, onde a "tecnologia" deve ser convertidamente definida como tecnologia industrial moderna. A outra forma diz que cada tecnologia em particular é neutra. Minha estratégia é atacar a segunda e fazer a primeira parecer tola declarando que nenhuma tecnologia em particular é neutra, que cada técnica, tecnologia e ferramenta tem seu próprio direcionamento de motivos e relações.
Primeiro, eu quero expor a singularidade desta definição interna de "neutro". Uma coisa é "neutra" se você pode contar um história de que como tal coisa pode ser boa e outra história sobre como pode ser má. Quando usamos esta definição na vida real? Podemos dizer que um Serial Killer é neutro porque além de estuprar e matar uma mulher ele paga seus impostos e
as vezes ele é gentil com as pessoas? Se você trabalha numa fábrica durante o dia para aprender como sabotá-la durante a noite, você é neutro para a fabrica porque você ajuda e a daninfica? Se meu país vende armas para dois outros países que estão em guerra, então eles se destruirão um ao outro e meu país enriquece, isto conta como neutro? É claro que não! Mas estes são os mesmos tipos de argumentos ridículos que as pessoas usam para declarar que a tecnologia é neutra; A televisão é neutra porque ela não apenas nos faz consumidores passivos de uma cultura uniforme sujeita a um controle central, ela pode transmitir informações úteis. Uma represa é neutra porque enquanto ela submerge ecossistemas e bloqueia o percurso dos peixes, ela também faz eletricidade. Mesmo as bombas atômicas são neutras se você pensar em alguma história absurda sobre como fazer o bem com ela.O próximo nível de decepção é dizer que é o "modo que usamos" uma tecnologia que é importante. Por exemplo, carros são neutros porque/conseqüentemente você pode usá-los para ir de um lugar ao outro, ou para atropelar intencionalmente alguém. Mas como Jacques Ellul colocou, a ultima não é um uso - é um crime. Chamar isto de uso nos ilude ao colocar
nossa perspectiva num espaço artificial entre o uso normal de carros  e um crime, no lugar de coloca-la onde pertence - exatamente no extremo pretensioso uso normal de um carro. Mesmo se ignorarmos a exploração dos "recursos", a deslocação ou assassinato de povos indígenas, e o lançamento de toxinas exigidos para a manufatura e abastecimento de carros, mesmo se ignorarmos as milhões das mortes por acidentes de carro e a emissão de afluentes tóxicos, e o olharmos os carros como ferramentas de consumo, ainda podemos ver seus efeitos problemáticos: nos movendo rapidamente de lugar para lugar, o carro insere a distancia em nosso ambiente físico, e o espaço nessa distancia será largamente preenchido com ruas e estacionamentos para conter todos os carros. Aslfato assassino da Terra, expansão urbana,  são praticamente inerentes a tecnologia do automóvel. também, por razões complexas, velocidade para além de certa lentidão atualmente aumenta a permuta do tempo.
Uma vez que certa distância tenha sido inserida, você precisa de uma carro para fazer qualquer coisa. para exagerar um ponto que Ivan Illich fez, se você mora em Los Angeles você pode muito bem cortas suas pernas fora.
Livre-se dos carros, e nem tente caminhar 40 milhar por dia nas avenidas - arrancaremos o concreto e construiremos nossas comunidades de forma que todas as necessidades se supram no tempo de uma caminhada. Assim passa-se menos tempo viajando para ir ao trabalho, libera-se todo o tempo e energia que é direcionado aos carros, recupera-se a autonomia através da possibilidade de usarmos nossas próprias pernas. Isso também repercute na melhoria de nossos relacionamentos. Pois os carros nos fazem deslocar diante das coisas a uma velocidade tão alta, já que nos cercam, isolando-nos da realidade que nos cerca, das outras pessoas e da natureza, impossibilitando-nos de estabelecer relacionamentos profundos com pessoas distantes. Sem esses carros nos relacionamos diretamente e freqüentemente com o que estiver na nossa frente; conhecendo nossos vizinhos e a terra. Poderia-se apresentar argumentos similares em relação aos computadores, televisão, eletricidade, inclusive a linguagem escrita. Mas a questão não é simplesmente rejeitar inteiras categorias de tecnologia, mas aprender a enxergar as alianças e motivações ideológicas que são inerentes à tecnologia, apesar de sua "utilidade", e praticar, incluir ou rejeitar com base nesse entendimento.

5. Não Podemos Voltar Atrás
Como a mentira anterior, esta é puramente uma doutrina religiosa - mas esta mentira é claramente refutada pelas ruínas das civilizações antigas ao redor do mundo da qual as pessoas "voltaram atrás", e por sorte ou por indivíduos excepcionais através da história que abandonaram o sistema e se direcionaram para perto da natureza. Em um sentido, de qualquer maneira, é verdade: as sociedades exploradoras não tem marcha ré e apenas podem escalar até o colapso. Para evitar pensar claramente sobre isto, podemos contar a nós mesmos a próxima mentira:

6. O Futuro Tudo-ou-Nada
 De acordo com esta historia existem apenas duas possibildades: a civilização industrial continuada ou o fim total do mundo. A continuidade da civilização geralmente significa o uso contínuo de máquinas para transformar as relações em dominação e auto-consumo. Para os tecnófilos isto poderia significar a mineração em outros planetas ou se aprofundar numa realidade virtual; para os liberais pode ser a tomada de uma idealizada versão da classe media alta num pais rico nos finais do século XX, estendido para o mundo todo, e se mantendo indefinidamente através do controle central mecânico. E supondo que nossa civilização caia (nem pense nisso!) teremos nada menos do que um horrível esquecimento absoluto no qual podemos apenas discutir em termos de o que "devemos" fazer para evitar isto. As pessoas expressam isto com insanos pronunciamentos vagos como: Se não reduzirmos as emissões de gases de efeito estufa em 50% em dez anos, será tarde demais".Tarde demais para o que?
A realidade obvia é que as sugestões reformistas são politicamente impossíveis e insuficientes, que nossa civilização é um trem desgovernado que não irá diminuir a marcha até que saia dos trilhos, e que o futuro atual será aprofundado nas regiões que estamos esquecendo de considerar. A extinção de 95% das espécies incluindo os humanos não é um horror impensável, mas sim uma possibilidade específica que podemos pensar com precisão. Uma possibilidade moderada é um cenário Mad Max onde alguns humanos sobrevivem num planeta terra semi-morto. Moderado ainda seria um descentralização política e uma recuperação ecológica como a tão chamada idade media na Europa após a queda de Roma. Meu argumento é que podemos influenciar isto! Nossos sonhos e ações podem afetar que tipo de mundo para qual nós iremos, Mas não podem possivelmente manter o mundo em que estamos.
Esta chegando um momento no incêndio em que você para de tentar salvar a casa inteira e passa a salvar o que se pode. O propósito da mentira tudo-ou-nada é bloquear esta mudança de mentalidade, para manter toda nossa atenção canalizada em seja salvando o mundo como conhecemos , ou o abandonado. Se compreendermos que mundos radicalmente diferentes são possíveis e que alguns estão vindo realmente a acontecer, se começarmos a imaginar e construir competidores vigorosos a civilização industrial, iremos danificar a "economia" e danificar especialmente os sentimentos das pessoas que tem investido seus egos na cultura dominante. Uma outra maneira que se protejam tais egos é com a seguinte mentira:
7- A civilização já ocorreu antes
Esta idéia peculiar é similar a anterior, mas a cegueira que ela impõem não é para outros sistemas não civilizados, mas para outras civilizações. A versão pró-civilização diz que esta é nossa única direção, colonizar o espaço e que quer que seja, e a versão anti-civilização diz que se nós podemos por abaixo a presente civilização , nada como isto irá acontecer novamente. Eu não sei de onde as pessoas vem com essas idéias, ao menos que eles saibam algo que eu não sei sobre a vinda de uma transformação da nova-era da consciência humana. A dura lição da história é que cada civilização em particular cai enquanto a civilização em geral continua existindo.
Eu defino civilização geralmente como uma aliança entre a consciência de domínio e técnicas de exploração, criando uma sociedade que sistematicamente toma mais do que oferece. Sim, o petróleo irá acabar, mas as civilizações tem surgido e desaparecido por milhares de anos sem o petróleo, e não vejo razão para que não aconteça de novo. O modelo geral pode funcionar , se necessário, em nada mais do que nas forças dos músculos de escravos e de animais domesticados.  E quando você adiciona todo o metal e ferragens que estarão por ai, e os hábitos persistentes de nossa época, e qualquer conhecimento técnico que seja preservado, é obvio que parece que teremos civilização por ai - para participarmos ou para resistirmos - ao menos que sejamos extintos ou mudamos para algo completamente diferente.

Civilização Avançada
Nunca houve civilização tão avançada quanto a atual?
Por força de diversos indícios e algumas evidências, que não convém indicar aqui por não ser o objeto da presente análise, postulo que houve outras civilizações avançadas antes da atual. Mas ao defender tal idéia, me deparo com uma crença generalizada de que “nunca houve civilização tão avançada quanto a atual”. É esta a certeza que pretendo abalar.
Antes de abordar o assunto propriamente dito, é preciso compreender melhor o que significa a expressão “civilização avançada”. Quais são os reais argumentos escondidos por trás de tais palavras enganosas?
Civilização representa um estado de adiantamento cultural e social específico, enquanto avançada significa adiantada. Então, devemos admitir que a civilização é caracterizada pela cultura e o avanço requer um ponto de referência inicial.
Quando se fala em civilização avançada, estaríamos, intencionalmente ou não, nos referindo a uma cultura mais adiante, e se este adiante for no tempo, somos pegos numa armadilha, pois ao desenrolar do tempo uma civilização é sempre mais e mais avançada do que era no dia anterior, mesmo que esteja em plena decadência até o ponto de desaparecer. Busquemos, então, outra referência para este “avanço”, digamos em termos de resultado. Isto parece satisfatório, uma civilização mais avançada seria a que oferecesse melhores resultados. Porém, somos pegos noutra armadilha, uma vez que os resultados só são mensuráveis a partir da definição de metas, e as metas só podem ter sua relevância julgada a partir da escala de valores de uma determinada cultura. O que é, então, uma civilização avançada se não aceitarmos uma definição que não se converta na presunção de que “somos os melhores porque nos aproximamos mais daquilo que consideramos que deva ser buscado”?
Melhor abandonar a busca de um significado sensato para a expressão “civilização avançada” e tentar deduzir o que as pessoas pensam quando usam tal expressão. E aqui, nos dividimos basicamente em dois grupos: 1) os que consideram que o ser humano é mais ético do que era antes; 2) os que consideram que a tecnologia nos permite realizar muito mais do que antes.
Cada consideração nos remete a uma pergunta específica: 1) O ser humano é, de fato, mais ético do que antes?; 2) podemos realizar hoje, com nossa tecnologia, mais do que no passado?
Em se tratando de ética, já é necessário ressalvar de início que conceitos éticos flutuam ao sabor dos valores sociais. Mas, fazendo uma força extrema para considerar que alguns valores podem ser considerados perenes, uma vez que são comuns a diversas épocas e culturas, podemos analisar a suposição de que a sociedade atual é mais ou menos ética do que no passado.
Quais os valores fundamentais? O respeito à vida? O respeito à liberdade? O direito à livre-expressão? A auto-determinação dos povos?
A civilização, em seu estado atual, é marcada pela violência, mais que no ano 3.500 A.E.C. (Antes da Era Comum) e não menos que em qualquer data posterior ao ano zero (E.C.), considerados em conjunto a violência urbana, a pirataria, a guerra, o terrorismo, ditaduras como a chinesa, intervenções noutros Estados sem o apoio da comunidade internacional, como a norte-americana e violações aos direitos humanos como, novamente, no caso norte-americano, para não entrar em assuntos ainda mais polêmicos, como a vivisecção de cobaias até mesmo em escolas primárias e os maus tratos a animais em nome da ciência, da alimentação humana ou do lazer.
Não, neste sentido não me parece termos avançado um só passo em relação ao início da atual civilização.
Então resta analisar o último argumento: onde estão os arranha-céus, os satélites artificiais, os prodígios da biotecnologia de uma civilização anterior à atual? Não somos o máximo?
Ora, nossa civilização é o resultado de nossos valores, e nossos valores são nossos, não de outras civilizações. Se usamos concreto e aço para construir arranha-céus, nos orgulhando deles, civilizações passadas poderiam se orgulhar de construir cidades perfeitamente conjugadas com a natureza, de construir cidades que, uma vez abandonadas, seriam degradadas pela própria selva. E tal suposição não é leviana, pois representa uma característica comum a diversos povos antigos. Lembro que os celtas chegavam a determinar um tamanho ótimo da população de uma cidade, e a cada vez que a população dobrava de tamanho, metade dela deixava a cidade e buscava outro lugar para fundar uma nova. Assim, mesmo sem serem nômades, ocuparam praticamente toda a Europa. E o que dizer dos jardins suspensos da Babilônia? Não indicam a vontade de compatibilizar arquitetura e natureza assim como as pilastras egípcias com desenhos de flores de lótus e de papiros?
Mas retornando à pergunta, será que nossa tecnologia veio crescendo a ponto de hoje podermos fazer muito mais que no passado?
Discordo. Em primeiro lugar, não sabemos o que foi feito no passado e para onde apontavam as metas de nossos ancestrais. Não sabemos quais remédios tinham, nem que equipamentos utilizavam, mas a tecnologia do século XX não foi suficiente para carregar PEDRAS de templos que foram submersos sob as águas da Usina de Assua sem que fossem partidas em pedaços menores; o milho que hoje comemos foi geneticamente modificado em algum ponto do passado que se perdeu na história, não nascendo espontaneamente na natureza; povos como os dogons, em Mali, já dispunham por tradição de informações específicas sobre as estrelas Sírus A, B e C, sendo que só Sírius A é visível a olho nu e Sírius C só foi conhecida pela ciência em 1995.
Para uma civilização que se considere no ápice e ainda crescendo, não deveriam poder e saber mais que relíquias de tempos idos e esquecidos?
Mas não poderia encerrar este texto sem uma terceira opção para definir “civilização avançada” que nos fosse útil, muito embora reconheça ser indissoluvelmente mesclada a um credo filosófico-religioso.
Como bruxo, considero que evoluir espiritualmente é ordenar como prioridades as conquistas de natureza ESPIRITUAL acima das de natureza material. Em conseqüência, civilização avançada seria aquela caracterizada pelo respeito e cuidado com a matéria, mas sob o serviço dos valores mais elevados.
O que vemos hoje é o contrário disto. Nunca, na história da humanidade, o ser humano foi mais materialista que hoje. Nunca tantos se dedicaram tanto a acumular, em prejuízo de sua saúde, de sua família, de seu aprendizado, de sua honra, até mesmo de seu prazer de qualquer espécie. Nunca o consumismo chegou até a mais humilde das classes sócio-econômicas, pois hoje o mais pobre dos pobres está sujeito ao apelo do material, ao consumo pregado na mídia, no palanque eleitoral, no dia-a-dia nos mais diversos lugares, adentrando até mesmo algumas instituições religiosas e sociedades secretas de cunho esotérico.
Tudo, inclusive as pessoas, se transformam em máquinas de fazer e ganhar dinheiro, e quem não tiver tal potencial é posto à margem da sociedade. Filhos são calculados em cifras, como nunca antes, o quanto custam para os pais, o quanto custam para a cidade, o estado e o país. Povos são destruídos em nome da busca por insumos para a indústria, países invadidos em busca de petróleo e da venda de armamentos, vidas são destruídas em busca de bens e serviços que, no fundo, só servem para garantir o status do consumidor.
Mesmo a vida é vendida, a longevidade tem um preço para a farmácia, outro para o médico, para o hospital, para as enfermeiras, para editores de livros que ensinam o que mais você precisa comprar e consumir para chegar aos 100 anos de idade sem sobressaltos.
Considerando o quanto o apego à matéria se institucionalizou, se dizemos que esta civilização é avançada, prefiro entender que ela esteja muito entrada em anos, muito além de onde deveria ter chegado.


Lutas na esquipe

22/06/2009 _  Rita _ 10:30hs

SENSIBLIZAÇÃO: A Well's Dairy, em LeMars, Iowa (EUA), tem 3 mil funcionários e vende o sorvete Blue Bunny em todo o mundo. A recente consolidação da indústria impôs um desafio. Em 2002, os maiores revendedores disseram que transportariam somente produtos de grandes fabricantes. Segundo Tom Posey, vice-presidente de capacidade organizacional, para ser viável em longo prazo, a empresa deveria estar entre as três maiores do ramo, o que significava elevar vendas, desenvolver uma rede de distribuição eficiente e um controle rigoroso das finanças.
Um dos maiores desafios enfrentados pela equipe executiva recém-constituída foi encontrar meios para resolver conflitos. Num esforço para tornar a rede mais eficiente, a companhia introduziu um novo sistema de armazenamento dos estoques e redefiniu procedimentos para o transporte de produtos. Porém, conflitos internos da equipe executiva representavam um detalhe crítico que nunca seria resolvido sem um treinamento coletivo. Motoristas não encontravam os produtos de que necessitavam e eram obrigados a multiplicar as viagens para o carregamento de seus caminhões. Ao perceber que a equipe precisava de ajuda profissional, Posey levou um instrutor do Centro de Lideranças Criativas de Greensboro, Carolina do Norte. Em seis meses, os membros da equipe aprenderam a administrar os conflitos, o que resultou em decisões melhores e mais rápidas. As vendas aumentaram, a empresa conquistou maior participação de mercado, e os integrantes desafiam-se abertamente.
As pessoas não entendiam por que seus colegas reagiam de um determinado modo. Para preencher essa lacuna de conhecimento, instrutores propuseram aos membros da equipe da Wells' Dairy estimativas determinadas por eles mesmos, como avaliação de qualidade. O instrutor dividiu as descobertas com o grupo, destacando como os conflitos e as transformações na empresa podem ajudar ou atrapalhar o processo de produção. Depois que todos os integrantes do time executivo da WellsDairy realizaram avaliações, o instrutor mediou a discussão sobre o impacto de diferentes personalidades no dia-a-dia.

Estamos em meados do ano de 2.009 e já começamos a nos preocupar com o que poderá acontecer em 2010, que aparentemente exigirá muito trabalho de todos nós, principalmente daqueles que ainda tiverem trabalho. Não sou pessimista, muito pelo contrário. Sou uma pessoa que confia na capacidade de construirmos um mundo melhor e na superação de qualquer dificuldade.
Vamos passando por mais uma crise. Entre as manchetes diárias das cotações e as inúmeras previsões dos economistas de plantão, ficamos estupefatos com a queda do Airbus, maravilhados com o desempenho impensável da Susan Boyle (e ela mais ainda com o inesperado sucesso) e preocupados o tempo todo com o futuro das nossas carreiras e empresas.
Porém, segundo os governantes, analistas financeiros, empresários e outros representantes da sociedade, é muito grave a atual crise. Podemos estar entrando numa crise sem precedentes na história de nossa civilização. Por quê? Porque não temos a menor idéia do que vamos enfrentar e ninguém viveu algo parecido em complexidade e dimensão.
Todo o Brasil vivia até poucos meses atrás uma expectativa de que, enfim, iniciávamos um período de grande crescimento econômico depois de tantos anos ouvindo que éramos o país do futuro. E tudo levava a crer que o futuro se tornara presente. Ledo engano. Mais uma vez vimos nossas esperanças virarem pó, e o presente novamente virou futuro.
Ouvi de amigos o comentário de que saímos do céu para o inferno sem escala. Em poucos dias a euforia transformou-se em depressão e as pessoas começaram a temer pelo seu futuro. Desinformação, informações incorretas ou exageradas criaram um pânico generalizado que transformou as Bolsas de Valores de todos os países em montanhas-russas, com oscilações absurdas e perdas estratosféricas para toda a sociedade.
Acredito que sim, temos que repensar o nosso modelo mental, reformulando nosso plano de vida diante dessa nova perspectiva e desse cenário. Não será fácil até por que há um número muito grande de pontos e possibilidades ainda desconhecidos de todos nós.
Essas mudanças exigirão muita determinação, dedicação, coragem, trabalho e fé em nós mesmos e nos outros. Teremos que aprender a compartilhar mais, a dividir com quem mais precisa, e a olhar com novos olhos, considerando agora mais os interesses comuns e menos os individuais.
Não há espaço para atitudes mesquinhas nesta hora de grandes perdas. A união de todos na busca por melhores soluções é que permitirá que possamos sair dessa crise com mais experiência, organização e, principalmente, mais preparado para construir um mundo melhor e mais justo, um mundo sustentável. É isso que vai nos permitir começar uma nova fase na história da humanidade.
O caos pode ser criativo, dando origem a outra ordem diferente e melhor. A crise teria, portanto, uma função purificadora, abrindo espaço para uma outra oportunidade de produção e de consumo.
Não precisamos recorrer ao ideograma chinês de crise para saber de sua significação como risco e oportunidade. Basta recordar a sânscrita matriz das línguas ocidentais.
Em sânscrito, crise vem de "kir" ou "kri" que significa purificar e limpar. De "kri" vem também crítica que é um processo pelo qual nos damos conta dos pressupostos, dos contextos, do alcance e dos limites seja do pensamento, seja de qualquer fenômeno. De "kri" se deriva, igualmente, crisol, elemento químico com o qual se limpa ouro das gangas e, por fim, acrisolar que quer dizer depurar e decantar. Então, a crise representa a oportunidade de um processo critico, de depuração do cerne: só o verdadeiro fica, o acidental cai sem sustentabilidade.
No campo da Psicologia, em particular da Psicologia do Desenvolvimento, o conceito de crise é explicado como toda a situação de mudança a nível biológico, psicológico ou social, que exige da pessoa ou do grupo, um esforço suplementar para manter o equilíbrio ou estabilidade emocional. Corresponde a momentos da vida de uma pessoa ou de um grupo em que há ruptura na sua homeostase psíquica e perda ou mudança dos elementos estabilizadores habituais.
Todos nós temos os momentos de crises, as fases mais difíceis. A vida vai seguindo seu curso, tudo correndo normalmente, até que chega um momento em que os problemas aumentam. A dificuldade se intensifica, acontecem surpresas desagradáveis: é a hora da crise. Pode ser uma doença grave, reveses financeiros, dificuldades de relacionamento, perda de entes queridos, seja pela desencarnação, ou por abandono de uma das partes, o lar desfeito, etc. Quem vive tranqüilamente, sem maiores dificuldades, deve se preparar para os momentos difíceis, que certamente chegarão. Sim, porque todos passamos ou passaremos por eles. Até mesmo aquele que parece indene a tais dificuldades, da morte do corpo, ou seja, da desencarnação, ninguém escapa. E o momento da passagem para o outro plano da vida certamente se constitui num momento difícil, num teste sério.
A crise é como a prova que o estudante faz para ser promovido a um estágio superior. Durante o ano letivo, o estudante trabalha com as matérias do programa, recebe a orientação dos professores, tem todas as oportunidades para se preparar para o dia da prova. Realiza exercícios, participa das aulas, faz pesquisas, enfim tem toda a liberdade e apoio para realizar o aprendizado. Porém, no momento do teste, deverá demonstrar o que aprendeu. Não poderá valer da ajuda de colegas, nem recorrer a fontes de consulta, nem a apontamentos.
As crises da vida são assim como a prova referida, como esse teste a que o estudante se submete. E vale notar que assim como o teste na escola, ou uma prova num concurso, é realizado para uma promoção, para o bem do candidato; assim também os testes da vida ocorrem para o bem, para o progresso da criatura. Sua finalidade é o aperfeiçoamento do Espírito, fazer com que ele ganhe mais confiança em si mesmo e em Deus; conquiste uma situação melhor.
E como reagimos a esses testes, às crises da vida? O candidato que se submete a um concurso para obter um emprego, e o estudante que faz a prova com vistas a "passar de ano", fazem-no de bom grado, ciente de que é para o seu bem. Tais provas não são realizadas para sacrificar, simplesmente, o candidato, e sim visando aferir sua capacidade, para uma promoção. Desta maneira devemos enfrentar as crises da vida, os momentos de dificuldade, que acontecem não para massacrar, mas para nos promover. Vê-los como um desafio é uma atitude de sabedoria.
Há três formas de reação, nessas ocasiões:
1.°) há os que se revoltam. "Por que Deus fez isto comigo?" - dizem. Como se Deus os estivesse punindo, caprichosamente. E chegam, mesmo, a "brigar" com Deus, afastam da religião, dizem que perderam a fé. (Será que possuíam fé?). São os revoltados. Esses, ao que tudo indica, não passaram no teste. Terão que repetir a lição. Acrescentam dores desnecessárias ao processo evolutivo.
2.°) Há os que se deixam abater. Passam a se considerar derrotados, vencidos, apassivados diante de outras situações. Tornam-se pessimistas, amargurados. Também não lograram êxito no teste.
3.°) Finalmente há aqueles que, conforme diz a letra da música popular, "levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima". São os regenerados, os que recebem a crise, a dificuldade, aceitam-na sem se acomodarem. Reúnem suas forças, recorrem à oração, e com confiança em Deus e em si próprios vão superando as dificuldades. Aproveitam plenamente o benefício da experiência. A crise, a dor forte, revela-lhes a coragem, a fé fortalecida, e a capacidade de luta.
A crise pode ser definida como uma fase de perda, ou uma fase de substituições rápidas, em que se pode colocar em questão o equilíbrio da pessoa. Torna-se, então, muito importante a atitude e comportamento da pessoa face a momentos como este. É fundamental a forma como os componentes da crise são vividos, elaborados e utilizados subjectivamente.
A evolução da crise pode ser benéfica ou maléfica, dependendo de fatores que podem ser tanto externos, como internos. Toda a crise conduz necessariamente a um aumento da vulnerabilidade, mas nem toda a crise é necessariamente um momento de risco. Pode, eventualmente, evoluir negativamente quando os recursos pessoais estão diminuidos e a intensidade do stress vivenciado pela pessoa ultrapassa a sua capacidade de adaptação e de reacção.
Mas a crise é vista, de igual modo, como uma ocasião de crescimento. A evolução favorável de uma crise, conduz a um crescimento, à criação de novos equilíbrios, ao reforço da pessoa e da sua capacidade de reacção a situações menos agradáveis.
Assim, a crise evolui no sentido da regressão, quando a pessoa não a consegue ultrapassar, ou no sentido do desenvolvimento, quando a crise é favoravelmente vivida.
O individuo passa por várias crises desde os seus primeiros dias de vida até ao final da adolescência. Nesta perspectiva, a crise é maturativa, proporciona aprendizagem.


CRIATIVIDADE NA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS _ Por: Maria Inês Felippe
O conflito pode ser comparado com a evolução da espécie: aqueles que sobrevivem são os que vão se adaptando ou transformando-se.
Empresa é um lugar privilegiado de conflitos pessoais, profissionais, de interesses, de ideologias, assim como atender clientes e negociar.
As crises existenciais percorrem a nossa vida desde o nascimento, na infância, na adolescência, na juventude, na fase adulta, nos relacionamentos interpessoais, na escolha da profissão, na aposentadoria, etc.
Podemos perceber o conflito como risco ou oportunidade, o que exige de nós uma atitude pró-ativa, levando por terra o ditado popular "depois da tempestade vem a bonança".
1)A falta de imaginação atua como responsável e geradora de conflitos: as partes se recusam a imaginar o que os outros podem fazer, pensar ou sentir. As pessoas agem como se desconhecessem as diferenças.
2)Somente escutar as pessoas não garante a sua resolução. Entender e trabalhar questões da diversidade passa a ser fundamental para uma administração moderna.
3)Quando falamos de diversidades, não estamos nos referindo a raça, sexo ou religião, ou diferenças no mesmo nível hierárquico, mas estamos nos referindo à formas de pensamento e ideologias, em todos os níveis hierárquicos, tanto horizontal como vertical.
4)O silêncio poderá ser uma grande fonte de indicativo de conflitos, sua resolução poderá dar-se através da negociação
5)Negociar é alcançar objetivos através de um acordo em situações que ocorrem pensamentos divergentes e convergentes. Faz parte da nossa vida desde os povos primitivos. Viver é negociar.
6)Exercícios de pensamento lateral e técnica de solução criativa de problemas poderão facilitar no ato de resolução do conflito.
7)A criatividade no processo de resolução de conflitos favorece a flexibilidade, oferece melhor aproveitamento da diversidade e da conciliação de situações opostas, encarando e conduzindo a negociação a favor de ambas as partes. Ela favorece enxergar o que todos enxergam, mas visualizando coisas diferentes, transformando riscos em oportunidades, identificando algo a mais do que o cotidiano, favorecendo contornar objeções, agindo proativamente.
A pessoa pró-ativa e criativa possui uma postura sempre firme em relação aos diversos problemas que enfrenta, não só no mundo corporativo como também diante da vida. Ela não quer fazer parte do problema, mas sim da solução. Considerando a economia globalizada em que vivemos, cada vez mais temos de pensar criativamente e agir estrategicamente. Cabe ressaltar: É uma questão do ponto de vista. Podemos perceber o conflito como algo: Já que todos os problemas são solucionáveis, é importante que sejam bem definidos. Procure idéias e resolva criativamente. Temos que ter cuidado na resolução dos conflitos para não gerar outros.
O que percebemos é que, por alguma razão, parece que a natureza humana exige que as pessoas ajam rapidamente quando enfrentam um problema. Quando surge uma dificuldade, elas buscam a resolução sem clarificar ou analisar o problema. Como conseqüência, elas não resolvem os problemas ou os resolvem equivocadamente, causando, assim, outros conflitos, provocando o sentimento de frustração.

Yazaki, um empresário japonês, contado pela física quântica Danah Zohar, num precioso livro que aconselharia aos empresários a lê-lo “A Inteligência Espiritual”, herdou uma pequena empresa de mala direta. Expandiu-se pelo mundo inteiro. Conseguiu tudo o que queria: sucesso, riqueza, respeito da comunidade e uma família integrada. Mas sentia que algo lhe faltava. Corroia-o grande vazio interior. Sugeriam-lhe que frequentasse um mosteiro zen. Passou lá uma semana em meditação com um mestre respeitado. Encontrou-se com seu eu profundo e a conexão que ele mantém  com o todo.  Deu-se conta de que os bens materiais se mostravam ilusórios porque não o preenchiam, apenas lhe davam satisfação material.
Saiu do mosteiro com um outro olhar. Começou a perceber a beleza de uma cerejeira em flor e a singeleza de um caqui maduro. Em sua auto-biografia escreveu:”Os seres humanos separaram o eu do mundo, a natureza da humanidade e o eu pessoal dos outros eus. Por isso caíram na armadilha das ilusões no esforço  de preencher o eu vazio. E se fizeram vítimas fatais de um aterrador cenário de autoengano, de hipocrisia e de farisaísmo”.
A experiência espiritual não o levou a abandonar o negócio. Deu-lhe um outro sentido. Trocou o nome da empresa, chamando-a de “Felicíssimo”, combinação de “feliz” das línguas latinas. A acumulação devia destinar-se a aumentar a felicidade humana, dele e a dos outros. Esteve na Rio-92 para inteirar-se dos problemas ambientais. Destinou grande parte de sua fortuna a fundações que cuidam da educação e do ambiente. Termina seu livro dizendo: “servir nesse nível é servir a Deus”. Com ele, a crise foi superada e a humanidade deu um pequeno salto na direção daquilo que deve ser.
Leonardo Boff é autor do livro “Responder florindo: da crise de civilização a uma revolução realmente humana”,Garamond, Rio.



Há uma fábula que mostra o a autenticidade do ser: É sobre uma centopéia que sabia dançar bem e chamava muito a atenção por isso. Uma tartaruga invejosa perguntou à centopéia em que seqüência ela mexia suas 100 perninhas enquanto dançava. Aí, a centopéia, pela primeira vez, parou para pensar sobre o assunto e... desaprendeu a dançar.




Não desperdiçar as oportunidades da crise _ Leonardo Boff
Face ao cataclismo econômico-financeiro mundial se desenham dois cenários: um de crise e outro de tragédia. Tragédia seria se toda a arquitetura econômica mundial desabasse e nos empurrasse para um caos total com milhões de vítimas por violência, fome e guerra. Não seria impossível, pois o capitalismo, geralmente, supera as situações caóticas mediante a guerra. Ganha ao destruir e ganha ao reconstruir. Somente que hoje esta solução não parece viável, pois uma guerra tecnológica liquidaria com a espécie humana; só cabem guerras regionais sem uso de armas de destruição em massa.
Outro cenário seria de crise. Para ela, não acaba o mundo econômico, mas este tipo de mundo, o neoliberal. O caos pode ser criativo, dando origem a outra ordem diferente e melhor. A crise teria, portanto, uma função purificadora, abrindo espaço para uma outra oportunidade de produção e de consumo.
Não precisamos recorrer ao ideograma chinês de crise para saber de sua significação como risco e oportunidade. Basta recordar a sânscrita matriz das línguas ocidentais.
Em sânscrito, crise vem de "kir" ou "kri" que significa purificar e limpar. De "kri" vem também crítica que é um processo pelo qual nos damos conta dos pressupostos, dos contextos, do alcance e dos limites seja do pensamento, seja de qualquer fenômeno. De "kri" se deriva, outrossim,  crisol, elemento químico com o qual se limpa ouro das gangas e, por fim,  acrisolar que quer dizer depurar e decantar. Então, a crise representa a oportunidade de um processo critico, de depuração do cerne: só o verdadeiro fica, o acidental cai sem sustentabilidade.
Ao redor e a partir deste cerne se constrói uma outra ordem que representa a superação da crise. Os ciclos de crise do capitalismo são notórios. Como nunca se fazem cortes estruturais que inaugurem uma nova ordem econômica, mas sempre se recorre a ajustes que preservam a lógica exploradora de base, ele nunca supera propriamente a crise. Alivia seus efeitos danosos, revitaliza a produção para novamente entrar em crise e assim prolongar o recorrente ciclo de crises.
A atual crise poderia ser uma grande oportunidade para a invenção de um outro paradigma de produção e de consumo. Mais que regulações novas, fazem-se urgentes alternativas. A solução da crise econômico-financeira passa pelo encaminhamento da crise ecológica geral e do aquecimento global. Se estas variáveis não forem consideradas, as soluções econômicas, dentro de pouco tempo, não terão sustentabilidade e a crise voltará com mais virulência.
As empresas nas bolsas de Londres e de Wall Street tiveram perdas de mais de um trilhão e meio de dólares, perdas do capital humano. Enquanto isso, segundo dados do Greenpeace, o capital natural tem perdas anuais da ordem de 2 a 4, trilhões de dólares, provocadas pela degradação geral dos ecossistemas, desflorestamento, desertificação e escassez de água. A primeira produziu pânico, a segunda sequer foi notada. Mas desta vez não dá para continuar com o "business as usual".

O pior que nos pode acontecer é não aproveitar a oportunidade advinda da crise generalizada do tipo de economia neoliberal para projetar uma alternativa de produção que combine a preservação do capital natural com o capital humano. Há que se passar de um paradigma de produção industrial devastador para um de sustentação de toda a vida.
Esta alternativa é imprescindível, como o mostrou corajosamente François Houtart, sociólogo belga e grande amigo do Brasil, numa conferência diante da Assembléia da ONU em 30 de outubro do corrente ano: se não buscarmos uma alternativa ao atual paradigma econômico em quinze anos 20% a 30% das espécies vivas poderão desaparecer e nos meados do século haverá cerca de 150 a 200 milhões de refugiados climáticos. Agora a crise em vez de oportunidade vira risco aterrador.
A crise atual nos oferece a oportunidade, talvez uma das últimas, para encontrarmos um modo de vida sustentável para os humanos e para toda a comunidade de vida. Sem isso poderemos ir ao encontro da escuridão.

Os filósofos e a crise _ Leonardo Boff
Curiosamente, não são poucos os analistas, que vêem a crise atual para além de suas várias expressões (energética, alimentaria, climática, econômico-financeira) como uma crise da ética.
Mesmo que a crise demande um novo paradigma para ser sustentável em longo prazo, é urgente encontrar medidas imediatas para que todo o sistema não sossobre, levando tudo de roldão. Seria irresponsabilidade não tomar medidas ainda dentro do sistema, mesmo sem uma solução definitiva.
Vejo dois valores éticos fundamentais que devem estar presentes para que a situação encontre um equilíbrio aceitável. Dois filósofos alemães nos podem iluminar: Immanuel Kant (+1804) e Martin Buber (+1965). O primeiro se refere à boa-vontade incondicional e o segundo à importância da cooperação.
Diz Kant em sua Fundamentação para uma metafísica dos costumes (1785): “Não existe nada em nenhum lugar do mundo nem fora dele que possa ser considerado irrestritamente bom senão a boa vontade”. Que ele quer dizer com isso? A boa vontade é a única atitude que, por sua natureza, é somente boa e à qual não cabe nenhuma restrição. Ou a boa vontade é boa ou não há boa vontade. Ela é o pressuposto primeiro de toda ética. Se alguém desconfiar de tudo, se colocar tudo em dúvida, se não confiar mais em ninguém, não há como estabelecer uma base comum que permita a convivência entre os humanos.
Vale dizer: quando os G-7 e os G-20, a Comunidade Européia, o Mercosul, o BRIC e as articulações políticas, sindicais, sociais (penso no MST e na Via Campesina e outras) se encontrarem para pensar saídas para crise, deve-se pressupor em todos a boa vontade. Se alguém vai para a reunião para só garantir o seu, sem pensar no todo, acaba nem mais podendo garantir o seu, dado o entrelaçamento existente hoje de tudo com tudo. Repito uma velha metáfora: desta vez não há uma arca de Noé que salva alguns. Ou nos salvamos todos ou pereceremos todos.
Então, a boa-vontade, como valor universal, deve ser cobrada de todos. Caso contrario, não há como salvaguardar as condições ecológicas da reprodução da vida e assegurar razões para vivermos juntos. Na verdade, vivemos num estado de permanente guerra civil mundial. Com a boa vontade de todos podemos alcançar uma paz possível.
Não menos significativa é a contribuição do filósofo judeu-alemão Martin Buber. Em seu livro Eu-Tu de 1923 mostra a estrutura dialogal de toda existência humana pessoal e social. É a partir do tu que o eu se constitui. O “nós” surge pela interação do eu e do tu na medida em que reforçam o diálogo entre si e se abrem a todos os demais outros, até ao totalmente Outro.
Paradigmática é esta sua afirmação: “se vivermos um ao lado do outro (nebeneinander) e não um junto com o outro (miteinander), acabaremos ficando um contra o outro (gegeneinander).
Isso se aplica à situação atual. Nenhuma equipe pode tomar medidas ao lado das outras, sem estar junto com as outras. Acabará ficando contra os outras. Ou todos colaboram para uma solução includente ou não haverá solução para ninguém. A crise se aprofundará e acabará em tragédia coletiva.